DOPING TRATADO COMO CRIME: 10 POSITIVOS DELATAM ESQUEMÃO

TERRA EM TRANSE: 10 POSITIVOS DELATAM O ESQUEMÃO E  FINALMENTE O DOPING SERÁ TRATADO COMO CRIME  DE SAÚDE PÚBLICA E AINDA O CAMPEÃO BRASILEIRO DE ESTRADA DE 2015 É SUSPENSO

Matéria da Folha de São Paulo, assinada pela jornalista Camila Matoso, nesta quarta-feira 29/06 informa que pelo menos 10 atletas brasileiros fizeram algo como uma delação premiada para ajudar as autoridades a descobrir o esquema de comercialização de substâncias proibidas- a EPO – muito usada no ciclismo seria a motivadora da ação. Em 2 anos foram 6 casos – alguns no ciclismo. Em meio à essa notícia a CBC divulgou a suspensão provisória do ex-campeão brasileiro de estrada, Everson de Assis Camilo

GEPA-2505012301 - LAUSANNE,SCHWEIZ,25.MAI.01 - SPORT DIVERS - Features zum Thema Doping. Bild zeigt ein Feature mit einer Spritze und Medikamenten. Foto: GEPA pictures/ Panoramic - Achtung - Nutzungsrechte nur fuer oesterreichische Kunden ATTENTION - COPYRIGHT ONLY FOR AUSTRIAN CLIENTS

Finalmente o Doping passa a ser tratado como crime no Brasil

A comercialização de substâncias proibidas vai virar caso de polícia. As ações de controle de dopagem promovidas pela ABCD – Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem agora irão além dos tribunais desportivos graças aos depoimentos de pelo menos dez atletas brasileiros que teriam acusado positivo e se dispuseram  a colaborar em troca de terem suas punições reduzidas – em uma operação muito parecida à da delação premiada e seus nomes são mantidos em segredo.

Segundo a matéria da Folha, de 2014 até hoje foram detectados seis casos de doping por EPO – eritropoietina, em modalidades que exigem “alto grau de resistência, como o atletismo e ciclismo”. No pedal os positivos por EPO detectados pela ABCD são os de Uênia Fernandes, Alex Arseno e ainda há os casos de  Cleberson Weber e Frederico Mariano Nascimento relatados por exames em provas sob a supervisão da UCI.

A ABCD, órgão ligado ao Ministério do Esporte, encaminhou os depoimentos dos atletas ao Ministério Público de São Paul. O caso foi assumindo pelo  promotor criminal José Reinaldo Guimarães Carneiro que já  solicitou a abertura de inquérito policial na 2ª Delegacia de Polícia de Saúde Pública. Em depoimento à folha o promotor declarou: “Existem indícios graves. Doping é uma coisa que mexe com a credibilidade do esporte. O fato é especialmente diferenciado, às vésperas de o Brasil sediar os Jogos Olímpicos”, afirmou o promotor de Justiça à Folha.

Que a EPO era coisa comum tanto no atletismo como no ciclismo quem é do meio já sabia por meio do boca a boca, porém a constatação de forma oficial só se concretizou depois que a ABCD passou a fazer um controle maior em várias provas e começou a fazer testes específicos para detecção dessa substância.
Porém nem todos os delatores que participam do que foi denominado pelas autoridades de Programa de Assistência Substancial acusaram positivos para EPO nos testes.

Marco Aurelio Klein , secretário nacional da ABCD surpreso com a quantidade de esportistas que estão utilizando EPO no Brasil

Marco Aurelio Klein , secretário nacional da ABCD surpreso com a quantidade de esportistas que estão utilizando EPO no Brasil

Segundo Marco Aurelio Klein , secretário nacional da ABCD e responsável pela denúncia ao Ministério Público, a decisão de levar o caso ao Ministério Público visa desvendar possíveis ilegalidades na comercialização do medicamento. Klein declarou à Folha: “Ficamos atônitos com a situação atual porque encontramos mais facilmente o EPO do que latinha de Coca-Cola zero”.

Ainda segundo declarações de Klein à Folha, a ABCD pediu recentemente a cassação dos registros profissionais de um médico e de um técnico, professor de educação física, por incentivarem  atletas ao uso de drogas proibidas pela AMA/WADA. “Há vários casos que estamos indo atrás. O do EPO é um deles. A polícia e o Ministério Público podem nos ajudar muito”, afirmou Klein. Os dez atletas colaboradores estão ajudando com informações diferentes para as autoridades brasileiras.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o alvo da investigação aberta no dia 2 de junho é a “venda a atletas de substância proibida por meio da internet e em uma loja da zona leste de São Paulo”, o nome do estabelecimento, foi mantido em sigilo para não atrapalhar as investigações, porém muita gente no meio desportivo deve estar perdendo o sono se realmente estes procedimentos forem levados adiante e atingirem os esquemas de comercialização de drogas para esportistas.

A eritropoietina não figura na lista de medicamentos de comercialização proibida pela ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária , ela é amplamente usada no tratamento contra o câncer e em mas só pode ser vendida em farmácias mediante a apresentação de receita médica.

A reportagem da  Folha visitou nove farmácias paulistanas para tentar fazer a compra de EPO. Apenas uma vendeu o produto à reportagem, a Sare Drogarias, na rua do Oratório, no Alto da Mooca, a que mais faz propaganda do hormônio pela internet. O medicamento tarja vermelha e com o aviso de “venda sob prescrição médica”  oferecido foi o Hemax Eritron, de uso intravenoso e subcutâneo, injetável ao preço de  R$ 40, com desconto de 5% por ter sido pago à vista.

Em resposta à reportagem da Folha, a drogaria disse que comercializa especialmente medicamentos desenvolvidos para tratar patologias como anemia, artrose, câncer e doenças autoimunes, e que o medicamento em questão é indicado para o tratamento da anemia, especialmente do paciente renal crônico e ainda declarou “segue as normas da Anvisa na comercialização desse e de outros medicamentos” e que “todos os funcionários são orientados pela farmacêutica responsável a solicitar a prescrição do médico”.

A Folha pesquisou na internet e encontrou facilmente medicamentos com a substância à venda. Há pelo menos três sites que indicam o produto como disponível, sem pedir receita. Mundo Bici seguiu roteiro similar ao do jornal  também chegou a lojas comercializando a a EPO sem pedir a receita médica com preços oscilando entre R$ 191,15 e até a promoção de $174,50 por R$ 42,09 e  até por 39,90 sem

No mesmo dia da matéria da publicação da matéria da  Folha de São Paulo,  o TJD da Confederação Brasileira de Ciclismo tornou pública, através do seu site, a suspensão provisória por 30 dias do ex-campeão brasileiro de estrada em 2015, o gaúcho Everson de Assis Camilo, da equipe Avaí FC/Florianópolis que testou positivo em teste realizado pela ABCD para o coquetel de Fentermina; Mefentermina; Epitrembolona; Estanozolol; 3-hidroxi-estanozolol; 16betahidroxi-estanozolol; hCG intacto; 6alfa-hidroxi-4-androsten-3,17-diona; Testosterona; Androsterona; Etiocolanolona; Salfa-androstano-3alfa,17beta-diol; 5beta-androstano- 3alfa,17beta-diol; Drostanolona; 2alfa-metil-5alfa-androstan-3alfa-ol-17-ona durante a última edição da Volta do Rio Grande do Sul, disputada entre os dias 8 e 12 de abril. O ciclista já constitui advogado para sua defesa e o caso será julgado em breve.

O ex-campeão brasileiro de estrada (2015) Everson Assis Camilo suspenso por 30 dias - Foto: Ivan Storti/FPCiclismo

O ex-campeão brasileiro de estrada (2015) Everson Assis Camilo suspenso por 30 dias – Foto: Ivan Storti/FPCiclismo

 

Notificação, suspensão provisória de Everson de Assis Camilo

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