MANAUS: PRODUÇÃO TEM O MELHOR AGOSTO DA DÉCADA

Fabricantes de bicicletas instaladas no Polo Industrial de Manaus produziram no último mês de agosto mais de 116 mil bicicletas, melhor marca desta década. Setor deverá se manter aquecido com produção para atender o comércio no Dia das Crianças, Black Friday e Natal

Fabrica da Ox Bikes-Oggi em Manaus – foto: digulgação

O melhor resultado da última década, as fabricantes de bicicletas (Caloi-Dorel Sports, Houston-Audax, Ox bike-Oggi e Sense) instaladas no Polo Industrial de Manaus, o PIM, estão comemorando um número muito positivo atingido no último mês de agosto, com a produção de 116.525 bicicletas. Os dados são da Abraciclo – Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares.

Os números da produção do último mês de agosto trazem uma alta e 19.2% em relação ao mesmo mês do ano passado quando foram produzidas 97.773 unidades, e quando comparado a julho deste ano, o crescimento foi de 36,9%, com 85.131 unidades.

O crescimento da produção, registrado nos últimos 8 meses do ano, fica claro quando comparado com o mesmo período de 2018: 598.844 unidades x 496.859, uma alta de 19,3%.

Um dos motivos para essa alta, segundo Cyro Gazola, vice-presidente do Segmento de Bicicletas da Abraciclo, tem relação direta com o aumento do uso das bicicletas para uso na mobilidade urbana e também com o crescimento do público que escolhe a bicicleta para a prática esportiva. “Para atender a esse consumidor, as fabricantes nacionais oferecem modelos com maior valor agregado a preços mais acessíveis”, destaca o executivo que ainda aponta mais um fôlego no crescimento para os próximos meses com a chegada de datas que movimentam o setor, como o Dia das Crianças, Black Friday e Natal.

Nas estatísticas da Abraciclo, novamente as bicicletas mais produzidas foram os modelos para uso urbano, com 56.297 unidades, representando uma alta de 32,12% se comparado ao mesmo mês do ano passado, quando foram produzidas 42.580 unidades, e de 60,7% em relação ao mês de  julho’19 com 35.038 unidades.

Setor de embalagem da Caloi – foto: divulgação

As Mountain Bikes ocuparam a segunda posição com um volume 37,6% superior em relação a agosto de 2018, com 43.827 unidades ou 11.965 bicicletas a mais , um volume 37,6% superior em relação a agosto de 2018 e 34,3% maior se comparado ao mês de  julho’19 (32.629 unidades).

A terceira categoria na ordem de produção é a de bicicletas voltadas para o público Infanto-Juvenil com 15.302 unidades, esses modelos tiveram uma redução de  -32,4% em relação a agosto’18 quando foram produzidas 22.626; a queda também se deu em relação a julho’19, com 16.168 bicicletas ou -5,4%.

O grande salto na produção se deu nas bicicletas de Estrada; as road bikes ou estradeiras tiveram um crescimento de 49,2% com 1.052 bikes saindo das fabricas, ante as 705 unidades produzidas em agosto de 2018 , e de 32,7% na comparação com julho’19 quando foram produzidas 793 unidades.   

O setor que teve uma maior queda foi a de e-bikes, com apenas 47 bicicletas elétricas sendo produzidas; uma redução de 90,7% se comparado ao mês de julho’19 quando foram produzidos 503 e-bikes. No levantamento da Abraciclo não há registro de produção desta categoria em agosto de 2018, pois os números ainda não eram apurados pela entidade.

As mountain bikes continuam representando o maior volume de participação das empresas instaladas em Manaus;  de janeiro a agosto deste ano foram produzidas 283.792 bicicletas, representando um 47,9% de participação, no volume de produção.

As mountain bikes por muitos anos foram a primeira e melhor  opção de oferta de bicicleta que se encontrava nas bike shops, elas traziam um maior apelo comercial– com  tecnologia mais moderna para quadros e componentes além de um design mais atraente. Para o dirigente da Abraciclo, Cyro Gazola,  há uma boa explicação para este fenômeno: “Apesar de ser usada, principalmente, em trilhas e terrenos acidentados, muitas pessoas passaram a utilizar esse tipo de bicicleta nas grandes cidades, devido aos recursos tecnológicos como suspensões, marchas e freios hidráulicos, entre outros, que garantem maior conforto e segurança”.

Linha de montagem a Sense bike – foto: divulgação

Ainda no acumulado, a categoria Urbana ficou em segundo lugar, com 223.722 unidades e 37,7% participação, nesse volume estão incluídas as bicicletas produzidas para serviços de compartilhamento pela Caloi/Dorel. Em seguida, veio a Infanto-Juvenil (78.029 unidades e 13,2%), depois a Estrada (5.641 unidades e 1%) e a Elétrica (1.660 unidades e 0,3%).

O maior mercado consumidor das bicicletas produzidas no PIM continua sendo a região sudeste, que adquiriu 57,9% das bicicletas produzidas entre janeiro e agosto deste ano. O Sul ficou com 16,3%, o Nordeste com 11,4%, a região Norte com 8,8% e o Centro-Oeste com 5,6%.

Se os números de Manaus mostram um sinal positivo, por outro lado os números de bicicletas importadas mostram uma queda expressiva, segundo os dados do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat analisados pela Abraciclo apontam que foram importadas em todo o país 6.889 unidades em agosto. O principal país fornecedor continua sendo a China, com 3.946 unidades e 57,3% de participação, na lista a sequência sempre traz países asiáticos como principais fornecedores com Taiwan  exportando para o Brasil 2.106 unidades e 30,6%  e Camboja com 595 bicicletas e 8,6%.

Ao longo do ano a queda das importadas foi e 50,3% quando comparadas as informações relativas ao período de oito meses, entre janeiro e agosto do ano passado. Em 2018 entraram no país 75.995 bicicletas, neste ano foram 37.793, nestes números a China continua liderando o ranking (27.161 unidades e 71,9%), seguida por Taiwan (6.442 unidades e 17%) e Portugal (2.014 unidades e 5,3%).

Ainda tomando por base os dados do portal Comex Stat analisadas pela Abraciclo, em agosto foram exportadas 95 bicicletas. A maioria delas, 65,3% ou 62 bicicletas, foi embarcada para o Paraguai.

De janeiro a agosto de 2018 , as exportações totalizaram 10.178 unidades, correspondendo a um aumento de 37,4% na comparação com o mesmo período do ano passado (7.406 unidades). Os países do Mercosul continuam sendo principal mercado para as bicicletas brasileiras com a Argentina comprando 3.778 unidades (37,1%), seguida pelo Chile com 2.679 unidades (26,3%) e pelo Paraguai com 1.939 bicicletas (19,1%).

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