O FUTURO DO CICLISMO DE PISTA MUNDIAL SE ENCONTRA EM AIGLE

No velódromo do Centro Mundial de ciclismo, em Aigle na Suíça, entre os dias 15 e 19 de agosto  acontece a disputada da 44ª edição dos Campeonatos Mundiais de Ciclismo de Pista. O Brasil está representado pelos ciclistas Vinicius Cruz, Vinicius Gussolli e Amanda Kunkel. Em dois dias de competição foram colocadas em disputa 7 medalhas de ouro. De início algumas boas  surpresas com os ciclistas sul coreanos surpreendendo nas provas de meio fundo e  com a Índia  colhendo os frutos do projeto do Centro Mundial de Ciclismo montado em Nova Delhi 

Jieun Shin forçou o ritmo e se destacou do pelotão para conquistar o ouro – foto: © klementdesign – UCI

Os coreanos tomaram conta das provas de Scratch conquistando o ouro na prova feminina e na masculina. A jovem  Jieun Shin que já havia passado pela pista de Aigle em um período de dois meses treinando .mostrou que estava acostumada com a pista de 200 metros .  Na fase classificatória foi 7ª  colocada, passando à final quando simplesmente mostrou toda sua técnica ao assumir o comando da prova. Faltando 15 voltas para a final, a tensão aumentou, mas Shin atacou no mento certo para se destacar e vencer a prova.

A sul coreana ainda disputará as provas de Omnium, a perseguição individual e a corrida por pontos. O segundo lugar  ficou com a polonesa Marta Jaskulska, e a alemã Katharina Hechler terminou em terceiro

A fase classificatória do Scratch  feminino contou com a participação da brasileira  Amanda Kunkel que terminou na 16ª posição , não passando para a final pois apenas as 10 melhores classificam.

Jooyoung Park colocou uma volta sobre o pelotão e venceu com folga o Scratch – foto: © klementdesign – UCI

Na prova masculina do Scratch, disputada na quinta-feira (16/08) teve mais um coreano à frente , Jooyoung Park  usou  uma tática muito parecida, de ir ao ataque para buscar o ouro. Nas primeiras voltas sul-africano Ricardo Broxham e o francês Samuel Thibaud atacaram, porém não conseguiram manter a distância do pelotão, foi a oportunidade de Park atacar e se distanciar e fazer sua corrida solo para apanhar o pelotão pelas costas para garantir, com segurança, a primeira posição. Faltando 16 voltas para o final, o sul coreano encaixou novamente no pelotão e correu tranquilo para a vitória, mas no pelotão ainda havia muita disputa entre o francês Thibaud e o polonês Filip Propkopyszyn disputando a ultima volta guidão a guidão. Na chegada o polonês levou a melhor garantindo a medalha de prata., deixando o bronze para o francês.

Já com a sua camisa arco-íris, Jooyoung Park comentou que seguiu as instruções do técnico  para construir a vitória: “Ele me disse para esperar até que os caras estivessem cansados. Então ele  me daria um sinal quando eu tivesse que ir. Fiquei calmo e não entrei em pânico quando os primeiros atacaram. Eu estava recebendo informações todo. Sim, eu estava muito cansado, mas também muito excitado! ”.

Alemanha mantém a tradição de grandes velocistas, repete o ouro de 2017 – foto: © klementdesign – UCI

A Alemanha consegue manter a tradição de contar com fortes velocistas, e nas categorias de base não é diferente. A mesma dupla de garotas que conquistou o ouro na Velocidade por Equipes em 2017 – Lea Sophie Friedrich e Emma Gotz, fez o melhor tempo na fase classificatória. Na fase de confronto direto e na final, o técnico, optou por colocar  terceira ciclista da equipe Alessa-Catriona Propster, substituiu Gotz . As alemãs disputaram a final contra as chinesas, superando as orientais por 0,316s. Na disputa pelo bronze as polonesas superaram as neozelandesas.

A prova masculina teve como destaque o trio francês formado por Florian Grengbo, Vincent Yon e Titouan Renvoise que derrotou os poloneses, campeões de 2017.  Os russos que haviam feito o melhor tempo na fase classificatória não repetiram o bom desempenho no confronto semifinal  aonde é levado em conta, além do resultado, o tempo da equipe, assim apesar de terem vencido a Índia o tempo os colocava na 3ª posição, com isso tiveram de se contentar com a disputa pela medalha de bronze contra a Malásia.

Trio francês ouro na Velocidae – Florian Grengbo, Vincent Yon, Titouan Renvoise – foto: © klementdesign – UCI

O ouro da Perseguição por Equipes masculina ficou com o quarteto neozelandês formado por George Jackson, Corbin Strong, Bailey O’Donnell e Finn Fisher-Black  que na fase classificatória havia feito o melhor tempo e na semi-final superou os australianos. Na final os garotos da Nova Zelândia encararam o quarteto francês. Para a conquista do ouro usaram da mesma tática utilizada contra os australianos, fazer uma corrida controlando o adversário e acelerar forte no último quilômetro, assim a equipe que em 2017 ficou com o bronze, subiu dois degraus para ficar com o ouro.

Medalha de bronze em 2017, os Kiwis conquistaram o ouro em Aigle – Foto: © klementdesign – UCI

Corbin Strong que fez parte do quarteto que no ano passado obteve o bronze, comemorou muito a conquista da camisa arco-íris . “Temos alguns estradeiros na equipe, então gostamos de começar mais devagar e entrar na corrida. Tivemos treinadores fantásticos para nos preparar, nos treinos sabíamos que tínhamos bons tempos. Corremos juntos desde os 13 anos. Somos muito próximos. Eu não poderia estar mais orgulhoso dos meninos!”.

Os australianos, tradicionais especialistas no 4×4000 encerraram o período de dois anos sem medalhas na categoria junior, conquistando o bronze  em uma vitória apertada por apenas 3 centésimos de segundo sobre os italianos.

Se no masculino os italianos ficaram fora do pódio, no feminino as garotas conseguiram o lugar mais alto. Recordistas mundiais em 2017, no Mundial disputado em Montechiari, na Itália a querteta entrou afinadíssima, e fez o melhor tempo na fase classificatória. Na semifinal superaram as britânicas em mais de 6 segundos. Na final atropelaram as neozelandesas que praticamente fizeram toda a prova atrás, perderam o ritmo e foram alcançadas pelas italianas que ainda fizeram o melhor tempo da competição.

A “quarteta” italiana registrou os melhores tempos e dominou a competição – Foto: © klementdesign – UCI

“Sabíamos que poderíamos terr um bom desempenho e nós apenas demos tudo na pista. Sabíamos que tínhamos uma grande vantagem e podíamos ver que estávamos chegando cada vez mais perto de capturá-las (as neozelandesas). Mas em uma prova de 4 km você nunca pode ter certeza. É um grande sentimento ter vencido novamente ” , comemorou Vittoria Guazzini que já tem em seu currículo o segundo ouro na perseguição por equipes. Na disputa pelo bronze as britânicas superaram as australianas.

A prova do Keirin contou com a participação dos brasileiros Vinicius Gussolli e Vinicius Cruz. Os garotos não passaram na fase das 9 baterias classificatórias , aonde só passa o primeiro colocado. Gussolli foi 3º e Cruz 2º, ambos foram para a repescagem e disputaram a mesma bateria juntos ,  com Cruz ficando em 2º e Gussolli em 4º, não passando para a segunda fase da competição.

Jakub Stastny e Esow Esow disputam o sprint na prova de Keirin- foto: © klementdesign – UCI

Na final, o velocista da República Tcheca, Jakub Stastny  se impôs no sprint, superando seus adversários, o indiano Esow Esow e o cazaque Andrey Chugay. Porém,  a festa maior foi para o ciclista  Esow Esow que conquistou a primeira medalha de prata para a Índia em um campeonato mundial de ciclismo. O campeão asiático da velocidade por equipes, da velocidade e do keirin, soube colocar pressão em seus adversários ao longo ano na categoria junior . O resultado de Esow foi muito comemorado pelos dirigentes da UCI, afinal o jovem ciclista é fruto  do projeto satélite do Centro Mundial de Ciclismo, instalado em  Nova Delhi. Muito festejado, o jovem medalhista de prata declarou: “Eu só queria ficar na frente e evitar de me envolver em qualquer acidente. Eu acreditava que poderia ganhar, mesmo assim estou feliz … bem feliz”.

As disputas do Campeonato Mundial Junior acontecem até o próximo domingo 19

Esow Esow conquista  prata, a primeira medalha na história da Índia em um campeonato mundial de ciclismo – Foto: © klementdesign – UCI

CAMPEONATOS MUNDIAIS DE CICLISMO DE PISTA   JUNIOR

Velódromo de Aigle, Suíça , pista coberta de 200m com pista de madeira

 

Velocidade por Equipes

Homens 750 m. – 3 voltas

1- França – Florian Grengbo, Vincent Yon, Titouan Renvoise – 32s726 – vel. média 58.814 km/h

2- Polônia – Oskar Filipczak, Bartosz Kucharski, Cezary Laczkowski – 37s151

3- Rússia – Daniil Komkov, Ivan Gladyshev, Danila Burlakov – 36s379

4- Malásia – Muhammad Mohd Kadir, Amar Masri, Muhammad Sahrom – 37s277

Mulheres 500m – 2 voltas

1- Alemanha – Lea Friedrich, Alessa-Catriona Propster – 28s026 – vel.média 51.381 km/h

2- China – Min Lei, Jiafang Hu – 28s348

3- Polônia – Nikola Seremak, Nikola Sibiak – 28s197

4- Nova Zelândia – Sophie-Leigh Bloxham, Shaane Fulton – 28s723

Scratch

Mulheres  -38 voltas 7,6 km

1- Jieun Shin – Coreia

2- marta Jaskulska – Polônia

3- katharina Hechler – Alemanha

8- Catalina Soto – Chile

10- Valentina Muñoz – Argentina

Homens – 50 voltas – 10 Km – 11m31s – vel. média 52.076 km/h

1- Jooyoung Park – Coreia –

2- Filip Prokopyszyn – Polônia   -1volta

3- Riley Pickrell – Canadá   -1 volta

16 –Amanda Kunkel na bateria Classificatória  (só as 10 melhores passam para a final)

O brasileiro Vinicius Gussolli – foto: © klementdesign – UCI

Keirin

1- Jakub Stastny – República Checa – 10s658 – vel. média 67.555 km/h

2- Esow Esow – India +0.017s

3- Andrey Chugaya – Cazaquistão +0s414 s

4- Florian Frengbo – França +0s428

5- Andton Hohne  – Alemanha +0s471s

6- Leigh Hoffman – Austrália +1s027

Repescagem – Vinicius Gussolli e Vinicius da Cruz – Brasil

 

Perseguição por Equipes – 4000m –

Homens 4x4000m

1- Nova Zelândia – Corbin Strong, Finn Fisher-Black, Baileu o’Donnle, George Jackson – 4m01s685 – vel. média 59.582 km/h

2- França – Donavan Grondin, Nicolas Hamon, Florian Pardon, Kevin Vauquelin – 4m05s058

3- Austrália – Blake Quick, Lucas Plapp, Matthew Rice, Luke Wight – 4m05s731

4- Itália – Tommaso Nencini, Alessio Bonelli, Davide Boscaro, Samuele Manfredi – 4m05s997

Mulheres – 4x 4000m

1- Itália – Vittoria Guazzini, Silvia Zanardi, Giorgia Catarzi, Sofia Collinelli – 4m28s398 – vel. média – 53.652 km/h

2- Nova Zelândia – Ally Wollaston, Annamarie Lipp, Sami Donnelly, McKenzie Milne – Ovl – alcançadas

3- Grã Bretanha – Ellie Russel, Pfeiffer Georgi, Elynor Backestedt, Ella Barnwell – 4m32s636

4- Austrália – Alexandra Martin-Wallace, Alice Culling, Sophie Edwards, Lauren Robards – 4m35s380

 

 

 

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