A CORRIDA DO DOPING – ESTREIA NA GLOBONEWS – SÁBADO 30/07

PROGRAMA PARA SÁBADO Á NOITE (Pré –balada)

“A Corrida do Doping” NA GLOBO NEWS – SÁBADO 30 –  20:30 HORAS

 

 

O lançamento de a  “A Corrida do Doping”, aconteceu no último dia 19 no Cine Sesc, em São Paulo. O documentário dirigido pelo jornalista Paulo Markun é uma co-produção da Arapy Produções com a Globonews e a Globo Filmes em parceria com o documentarista francês Xavier Deleu. A versão para os cinemas tem 90 minutos, já o filme que será apresentado pelo canal pago Globo News no sábado 30, às 20:30 horas,  é uma versão reduzida de 72 minutos.

Como fio condutor o caso da atleta russa, campeã dos 800 metros, Yulyia Stepanova, casada com Vitalyi, ex-funcionário da agencia russa de controle de dopagem. Yuliyia com seus depoimentos ajudou a denunciar o uso sistemático de substancias proibidas por esportistas de seu país e que se transformou nessa bola de neve que gerou a suspensão da participação de vários esportistas russos nos Jogos do Rio.  Apesar da sua colaboração, Stepanova teve a sua participação negada pelo COI devido ao seu histórico de positivo.

O filme ainda levanta algumas questões importantes como quem está realmente interessado em coibir o uso dessas substâncias proibidas? Qual o rigor com que os controles são efetuados? Por que certos países como a  Rússia, Quênia e a  Jamaica tem uma postura omissa ou conivente com seus esportistas? Porém nem cita ou comenta positivos famosos do Brasil, estranhamente em ano olímpico certos casos, de modalidades que tem força na mídia e nos patrocinadores ficarão esquecidos na história.

Entre os entrevistados internacionais , Dick Pound, presidente da Comissão Independente da WADA/AMA; Olivier Niggli, diretor da Wada; Christophe Bassons, ex-ciclista profissional francês que se negou a entrar no esquema deixando de multiplicar o seu salário e  acabou excluído sendo posto de lado no pelotão, atualmente ele disputa algumas provas de mountain bike.

Entre os brasileiros entrevistados estão Eduardo de Rose, médico especialista em medicina esportiva e integrante do comitê da WADA/AMA  (Agência Mundial Antidoping) e Marco Aurélio Klein, ex-secretário-executivo da ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem), ); Flávio Gikovate, psiquiatra, psicanalista e escritor; Francisco Radler, diretor do LBCD (Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem.

poster a corrida do doping

 

A Corrida do Doping também aborda o cancelamento da licença do LBCD (Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem) em 2013, em virtude de divergências em análises enviadas à WADA/AMA. Após recuperar a autorização em maio de 2015, o Laboratório brasileiro foi novamente descredenciado no último dia 26 de junho, preventivamente, pela Agência Mundial Antidoping, que alegou “erros procedimentais” no trabalho. Com o documentário pronto e já lançado o LBCD voltou a ser autorizado a operar ás vésperas da abertura dos Jogos Olímpicos.

Um dos bons momentos é a visita à Balkan Pharmaceuticals, da Moldávia. O laboratório, não passa por controles, está fora da União Europeia e é um dos maiores produtores e exportadores de substâncias proibidas. Trabalhando com genéricos a Balkan Pharmaceuticals é reconhecida no mundo da contravenção, seus produtos abastecem o submundo do doping e chegam via correio, seus diretores dizem que produzem medicamentos genéricos para atender os doentes.

E como o mundo do doping e das punições é muito mais dinâmico que o esse tipo de produção, já no mesmo dia do lançamento o seu diretor, Paulo Markun,  já falava nos vários furos na produção; como o caso das punições aos esportistas russos. O caso do marchador italiano Alex Schwarzer, campeão olímpico dos 50 km em Pequim/2008 que testou em 2012 positivo para EPO, suspenso por 3 anos e meio e que foi apresentado como um caso de atleta recuperado, fazendo mais de 35 testes de sangue na atual temporada foi usado como exemplo. Porém após o lançamento do documentário e a poucos dias foi divulgado que caiu em mais um positivo, desta vez por uma elevada taxa de testosterona,  o que o tirou definitivamente dos jogos do Rio, seu caso ainda será julgado, mas trata-se de uma ação ainda mais conturbada  com acusações de que o atleta recebeu conselhos de que deixasse vencer seus adversários em uma importante prova e que seu teste teria sido manipulado… Coisas assim não acontecem apenas no ciclismo.

Para os fãs do esporte a pedal não há muita novidade. O  filme por alguns momentos usa imagens de arquivo e a gravação da histórica entrevista de Lance Armstrong com a jornalista Oprah Winfrey. A história de trapaça do cowboy sempre resulta em bom caldo para encorpar documentários sobre o assunto, mas nenhuma novidade a não ser a entrevista com Christophe Bassons, seus problemas com a omertà do pelotão, do dinheiro que deixou de ganhar e do seu encontro com Lance Armstrong após a perda de seus 7 títulos do Tour de France e sua vida simples pedalando em algumas corridas de mountain bike.

Do pelotão brasileiro  o documentário  apresenta o depoimento de Alex Arseno, o ciclista paranaense reincidente no uso de EPO, punido com 8 anos de suspensão  que o afastam definitivamente das competições, e  que reviveu na tela a sua carta-confissão apresentada em novembro de 2015 quando seu caso foi publicado  CBC,  o depoimento é em tom emocionado.  Porém, Pedais Descontrolados, produzido em 2011 pela ESPN Brasil para o programa Histórias do Esporte (e que daquela equipe tem alguns integrantes na produção de A Corrida do Doping)  é, para o ciclismo brasileiro, muito mais contundente.  Para o público em geral e para os não iniciados no assunto, A Corrida do Doping,  é um bom documentário para se assistir a sete dias da abertura dos Jogos do Rio 2016, o problema talvez esteja em que este tipo de filme nos deixa cada vez mais  desconfiados quanto a algumas performances e como diz o Dr. Eduardo de Rose no documentário, os verdadeiros donos das medalhas só serão conhecidos em 2026 – quando o prazo de 10 anos para a conservação das amostras coletadas para os exames de dopagem serão destruída não havendo mais a possibilidade de aplicar novos e mais sofisticados testes nas amostras coletadas na competição.

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