ABU DHABI TOUR – CHAVES NA SUBIDA E COM MUITA SORTE

Ao melhor estilo colombiano, atacando a montanha  de Jebel Hafeet,  e com a sorte ao seu lado, Esteban Chaves vence a terceira, e mais dura etapa do Abu Dhabi Tour e conquista camisa de líder.

Esteban Chaves of Orica Green Edge on the finish line of​ "the Al Ain Stage", the third stage of Abu Dhabi tour cycling race, over 110 km from Al Ain to Jebel Hafeet. Abu Dhabi, UAE, 10 ​October​ 2015.​ ANSA/​​ANGELO CARCONI

Esteban Chaves da Orica Green Edge vence a 3ª etapa e assume a liderança e é praticamente o campeão do Abu Dhabi Tour    –  Foto:  ANSA/​​Angelo Carconi

Os 11 km da subida a Jebel Hafeet, devem fazer a grande diferença da classificação final do Abu Dhabi Tour, na única subida a definição da prova, o forte calor e as inclinações oscilando entre 7,5 e 12% fizeram a seleção colocando em cena escaladores. Etapa dura e sob intenso calor, para muitos a solução foi montar o autobus (termo utilizado quando os velocistas em etapas duras e fora de sua característica formam um grupo, geralmente no fundo da corrida)  e ir para o fundo do pelotão.  Sagan, Modolo, Tosato, Kittel, Benatti, Sabatini, todos ficaram no bloco de trás com  Viviani lá do fundo dando adeus à camisa de líder.

Seguindo o roteiro das primeiras etapas, a fuga do dia mais uma vez foi aberta pelo tunisiano Rafaa Chtioui/Skydive Dubai e Alessandro Bazzana/UnitedHealthcare, o italiano buscando pontos para defender sua camisa preta de líder dos sprints intermediários. A dupla chegou a abrir uma vantagem máxima de 2m37segundos.

Com 110 km de prova a vantagem dos escapados é de 1m19s , à frente do pelotão Astana, Movistar e Orica GreenEdge começam a elaborar seus planos de ação para encarar a subida de Jebel Hafeet.

The pack is on the way during "the Al Ain Stage", the third stage of Abu Dhabi tour cycling race, over 110 km from Al Ain to Jebel Hafeet. Abu Dhabi, UAE, 10 ​October​ 2015.​ ANSA/​​CLAUDIO PERI

O pelotão sob o controle da Astana no início da subida a Jebel Hafeet.  Foto: ANSA/​​Claudio Peri

Mal começam a subir e a Astana começa a impor seu ritmo, com o bloco italiano Nibali, Aru, Guardini e Tiralongo. Na frente o tunisiano Chtioui ainda tenta se manter à frente, o italiano Bazzana se entrega ao pelotão que vem com força para a subida, e um Gilbert buscando testar suas condições andou encarando uma tentativa de fuga solo, de curta duração.

Faltando 7 km para a chegada, e já na subida, Alejandro Valverde tenta seu ataque, sem sucesso, o grupo que o persegue é formado por ciclistas muito fortes (Nibali, Aru, Tiralongo, Konrad, Nerz, Canty, Brambilla, Ulissi, Moreno, Chaves, Poels, Konig e Brajkovic) que não cedeu terreno.

Nibali fez sua tentativa de ataque quando restavam 5,6 km, foi acompanhado de perto por Gianluca Brambilla/EtixxQuickStep, porém o contra-ataque veio pouco depois nos pedais do colombiano Esteban Chaves/Orica GreenEdge que à moda dos escarabajos (como também são chamados os ciclistas colombianos) arriscou a atacar a subida sozinho, e rapidamente colocando uma margem de 20 segundos sobre os demais perseguidores.

A etapa se tornou uma competição homem a homem, com Aru atacando levando em sua roda a Poel, e atrás o calor e a subida começavam a cobrar seu prelo com Nibali, Brambilla, Valverde, entre outros, começando a ceder terreno. Faltando 2 km para a chegada Cháves começa a acusar o desgaste, e sua vantagem para Poels cai para 11 segundos, Aru está a 17s, com Ulissi e Brajkovic tentando encurtar a distância.

O último quilômetro guardou fortes emoções, o colombiano olha insistentemente para trás e vê Poels chegar com muita força. Faltando 700 metros o holandês, estuda o rimo do adversário, e ataca com força, despachando o colombiano, praticamente a vitória estava garantida, retão, e depois uma curva à esquerda e levantar os braços. Porém , muitas vezes no esporte o fator sorte faz a diferença, e desta vez a sorte não esteve ao lado de Poels; na longa curva a esquerda a roda dianteira de Poels perde aderência (talvez por ter encontrado areia na pista ou pelo excessivo calor que pode produzir uma elevação na calibragem ou até  por forçar demais na inclinação da bicicleta para tomar a curva , mas o fator azar apareceu ali) derrapa e vai ao chão. O incrédulo Cháves passa pelo ciclista, cruza a linha de chegada e mal comemora. Poels ainda sofreu com uma falha mecânica; na queda sua corrente caiu e assim perderia a segunda posição para Fabio Aru.

Wout Poels of Team Sky on the finish line of​ "the Al Ain Stage", the third stage of Abu Dhabi tour cycling race, over 110 km from Al Ain to Jebel Hafeet. Abu Dhabi, UAE, 10 ​October​ 2015.​ ANSA/​​ANGELO CARCONI

Wouters Poels/Sky  cruza a linha de chegada “empurrando” a bicicleta com o pé, uma queda a 50 metros da chegada acabou com o sonho da vitória.   Foto:ANSA/​​Angelo Carconi

Com a vitória o colombiano conquistou a camisa vermelha de líder e a branca de melhor jovem na competição. Já o rei das fugas Alessandro Bazzana manteve a camisa negra dos sprints intermediários e ainda tomou a camisa verde de Elia Viviani da classificação geral por pontos.

Cháves está muito próximo de conquistar a primeira edição do Abu Dhabi Tour, ao ser perguntado se ele esperava pelo primeiro lugar, após ser ultrapassado por Poels ele respondeu: “Eu ataquei mais cedo, porque a parte final da subida era menos íngreme, e portando mais fácil para um cicista como Poels. Ele me pegou no quilômetro final, e lançou seu sprint, mas na última curva, a 50 metros da chegada, sua roda escorregou e ele caiu. Eu passei e venci a etapa. Eu sinto muito por Poels. Eu venci a etapa, mas não teria sido correto celebrar e levantar os braços. Eu passei a linha de chegada e levei  a vitória, mas o ciclismo é assim”.

The sprint of Esteban Chavez of Orica GreendEdge Team (R) on Vincenzo Nibali of Astana Pro Team during "the Al Ain Stage", the third stage of Abu Dhabi tour cycling race, over 110 km from Al Ain to Jebel Hafeet. Abu Dhabi, UAE, 10 ​October​ 2015.​ ANSA/​​CLAUDIO PERI

No ataque de  Esteban Chavez/Orica GreendEdge,  Vincenzo Nibali/ Astana tenta acompanhar o ritmo do colombiano. Foto: ​ ANSA/​​Claudio Peri

O segundo colocado, Fabio Aru elogiou o trabalho de equipe e destacou o dia de Chaves em entrevista: “Nós tínhamos dois competidores, o Vincenzo e eu, por isso, tentamos tudo, mas Chaves mostrou que era o mais forte hoje. Eu não vi o que aconteceu com Poels porque eu estava mais para trás, mas eu sinto muito por ele. A temporada terminou bem para nós. Eu tentei honrar todas as corridas que participei, mesmo quando eu não estive em me melhor.”

No Domingo (11/10) a última etapa de 110 km será disputada no autódromo de Yas Marina. O pelotão dará 20 voltas de 5,5 km no mesmo circuito da F1. Para os turistas que estiverem em Abu Dhabi, os organizadores programaram  shows de música, apresentação de mágicos show de luzes e para os ciclistas como a corrida será no final da tarde a certeza de que a etapa será disputada com uma temperatura mais amena.

Acompanhe no vídeo os melhores momentos da escalada a Jebel Hafeet

https://youtu.be/mbck_VTMsWk

ABU DHABI TOUR

3ª Etapa al Qattara Souq>Jebel Haffet 142 Km

1- Esteban Cháves/Colômbia – Orica GreenEdge – 3h28m04s – velocidade média 40.948 km/h

2- Fabio Aru/Italia – Astana – a 12s

3- Wouter Poels/Holanda – Sky a 21s

4- Diego Ulissi/Itália – Lampre Merida a 31s

5- Janez Brajckovic/Eslovênia – UnitedHealthcate – a 31s

6- Gianluca Brambilla/Itália – EtixxQuickStep – a 1m19s

7- Alejandro Valverde/Espanha – Movistar – a 1m19s

8- Leopold Konig/Rep Checa – Sky – a 1m19s

9- Vincenzo Nibali/Itália – Astana a 1m19s

10- Giovanni Visconti/Itália – Movistar a 1m30s

CLASSIFICAÇÃO GERAL
1- Esteban Chaves/Colômbia – Orica GreenEdge – 10h51m12
2- Fabio Aru/Italia – Astana – a 16s
3- Wouter Poels/Holanda – Sky a 27s

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.