ANNEMIEK VAN VLEUTEN RENOVA COM A MOVISTAR PARA A SUA ÚLTIMA TEMPORADA

Estrela do ciclismo feminino, campeã olímpica de contrarrelógio e número 1 do ranking da UCI deixará o ciclismo ao final da temporada 2013. Annemiek Van Vleuten renova seu contrato com a equipe espanhola Movistar para encerrar sua carreira desportiva em alto nível competitivo, pedalando por mais vitórias

A temporada 2023 será a última de Annemiek Van Vleuten no pelotão profissional – foto: Sprint Cycling Agency

Uma das ciclistas mais importantes da atualidade, a neerlandesa Annemiek van Vleuten de 39 anos, renovou seu contrato com a Movistar Team por mais uma temporada, a sua última como profissional, após 17 anos competindo. Ela se tornou peça fundamental e líder do projeto da equipe de ciclismo feminina espanhola dirigida por Sebastián Unzué.

Entrou no ciclismo em 2006 após ser forçada a abandonar o futebol por várias lesões no joelho, em 2008 passou a correr como profissional e daí em diante não parou de vencer. Até o momento são 89 vitórias, sendo que em 2021 teve sua melhor temporada com 12 vitórias – incluindo um ouro olímpico no contrarrelógio individual – ganhando pela segunda vez o Tour de Flandres, a Vuelta e o Tour da Noruega. Neste ano colocou em seu palmarès mais uma Liège-Bastogne-Liège, a Omloop Het Nieuwsblad e a Setmana Valenciana.

Última temporada como profissional

Na nota oficial onde a equipe comunica a renovação, há um destaque muito especial ao envolvimento da ciclista com o projeto da equipe e seu envolvimento com as companheiras e todo o pessoal de apoio. “Um envolvimento, empenho e profissionalismo que deixaram uma marca indelével em cada um que faz parte do bloco azul (ndr.: alusão às cores do uniforme da equipe). Com nossas cores vamos apreciá-la até sua retirada. Obrigado pela confiança, ‘Miek’!”.

Neste ano Annemiek venceu a Volta a la Comunitat Valenciana – foto: Sprint Cycling Agency

A ciclista destaca que sua história desportiva foi construída sobre projetos, muito mais do que no simples objetivo da vitória: “Na minha carreira, o que tem impulsionado meus esforços como esportista profissional, sempre foi melhorar em todos os aspectos, e não necessariamente as vitórias. Polir cada detalhe, física e mentalmente, como ciclista individual e também como equipe, onde quer que eu tenha passado, foi o lugar onde encontrei forças para atuar em alto nível por tantos anos”.

Entrou na Movistar em 2021

A ótima relação com a equipe fica clara e mostra a importância do coletivo e a evolução que a Movistar teve nas últimas temporadas: “Quero ajudar a equipe a dar mais um passo em sua progressão em 2023, como já fiz com todas as pessoas que conheci na Movistar Team nos últimos dois anos. Fazer parte desse processo de melhoria é a razão pela qual assinei por mais um ano. Vejo que estamos subindo, que continuamos levando isso cada vez mais longe, e não queria sair no meio do caminho. Dois anos é um período muito curto e três acho que é algo mais completo, um ciclo lindo. E não tenho dúvidas de que essa estrutura continuará progredindo em 2024 e além”.

Sobre o momento de encerrar sua carreira, Annemiek quer sair por cima e ainda competitiva: “A nível individual, também não me via parando este ano. Continuo super motivada, enquanto vejo que em algum momento terei que parar, e na minha cabeça é melhor parar quando ainda estou no mais alto nível, lutando pela vitória nas corridas mais importantes, do que quando não estiver. Eu quero terminar no topo, e fazer isso com esse grupo maravilhoso eu acho que é o melhor”.

Annemiek tem em seu palmarés 2 Tour de Flandres, 2 Liège-Bastogne-Liége, 2 Strade Bianche foto: Sprint Cycling Agency

A ciclista que na Rio’2016 esteve muito próxima do ouro na prova de estrada, caindo na descida da Vista Chinesa quando liderava a prova faltando pouco mais de 10 quilômetros para o final, encerrará sua carreira antes das olimpíadas sem essa medalha, mas explica seus motivos para não estar em Paris: “Tenho certeza de que muitas pessoas se perguntarão por que estou me retirando antes dos Jogos de Paris. E é que para mim isto, minha carreira como esportista, nunca foi sobre objetivos específicos ou corridas. Trata-se de encontrar projetos de longo prazo que me motivem, como foi o Movistar Team e todas as outras equipes pelas quais passei. Lugares onde você despeja toda a sua energia. E como não parece que vamos escalar o Alpe d’Huez no Tour de 2024 (risos)… Sério, o percurso não foi um motivo importante para isso”.

Deixando o ciclismo, mantendo-se competitiva

“A principal razão para sair em 2023, como expliquei, é fazê-lo no meu melhor nível físico, terminar esse processo de mudança e melhoria com o qual embarcamos com a equipe quando assinei em 2021, e então começar a olhar para o próximo desafios da minha vida pessoal. Com certeza no dia em que sair vou fazê-lo com uma lágrima, porque amo este esporte, mas quero que quando eu deixar a parte de ‘esportista profissional’ do ciclismo, eu faça isso no topo”, conclui.

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