GIRO 2017 – LARGADA PODERÁ SER NO JAPÃO

Ao longo dos anos é crescente a internacionalização das grandes voltas, em especial o Tour de France e o Giro de Itália com suas largadas cada vez mais, sendo levadas além das suas fronteiras. Muito se especulou sobre a possibilidade de que alguma edição do Tour cruzasse o Atlântico para uma largada em Nova Iorque, porém ao que parece quem irá muito além é o Giro: especula-se que em 2017 a “Grande Partenza” aconteça no Japão

 

O Giro d'Italia em busca de outros continentes ©BrakeThrough-Media

O Giro d’Italia indo cada vez mais longe foto: ©BrakeThrough-Media

Um Giro d’Itália Made in Japan? Pode parecer loucura mas há sinais de que o acordo para a sua realização é bem real. Quem revelou a notícia no mês de agosto foram os belgas do jornal Knack e da revista Sport Magazine. Passado o tempo a notícia volta à tona em algumas páginas de ciclismo estrangeiras: o Giro 2017 terá sua largada no Japão.

A largada do Giro d’Itália em sua 100ª edição sendo realizada no Japão seria algo muito especial.  Segundo os rumores que circulam pela imprensa, ainda não há decisão final, porém um pré acordo já foi estabelecido entre a RCS Sport – organizadora do Giro e a cidade japonesa de Shizuoka para a realização das 4 etapas de abertura da grande volta italiana, incluindo nesse programa uma subida ao lendário Monte Fuji que já recebeu várias etapas do Tour do Japão.  Segundo a fonte belga que tem contatos estreitos com os organizadores japoneses o acordo ainda pode ser firmando no que resta de 2015.

Sinais de que a cidade japonesa de Shizuoka está trabalhando em prol do ciclismo não faltam, recentemente assinou uma parceria com a Região Friuli Venezia Giulia para tornar o Monte Zoncolan irmão do Monte Fuji na realização da Gran Fondo“Carnia Classic Fuji Zoncolan”, disputada no mês de agosto na Itália.

No Japão o projeto da largada do Giro 2017 seria levado adiante pela Asatsu-DK, terceira maior agência de publicidade  do país e com fortes vínculos com a indústria automobilística, com isso já há quem sinaliza que a Subaru seja um dos patrocinadores. A Grande Partenza em sua versão Made in Japan está estimada em 35 milhões de euros, sendo que dessa receita 15 milhões seriam destinados à RCS Sport para pagar os elevados custos de logística para levar as equipes  e também pagar um prêmio de 500 mil euros para cada equipe como ajuda de custos   (também conhecido como “cala boca”) pela longa jornada de viagem.

Um dos grandes inconvenientes para a realização do evento é a longa jornada de viagem, com isso os organizadores pensam em dois dias de repouso consecutivo que não são previstos no regulamento das Grandes Voltas  e que exigiriam uma regulamentação especial da UCI.

Não é em vão que a RCS aponta em direção ao Oriente. O Giro ganha seguidores há anos no Japão sendo transmitido pelo canal J Sport, na China o crescimento também é grande e recentemente o vinculo com os japoneses se fortaleceu com um acordo de transmissão pelo Sony Six Channel ampliando a chegada dos eventos de ciclismo italiano para praticamente todo o continente asiático. A Grande Partenza do Giro no Japão impulsionaria  os direitos de imagem e o incremento das verbas de patrocinadores para o televisionamento. E a Ásia é um mercado importantíssimo para o grupo RCS, não se limitando à organização do Abu Dhabi Tour ou do Tour de Dubai, há também compartilhamento de utilização de satélites na região.

O jogo pelo poder no mundo dos eventos de ciclismo fica cada vez mais acirrado com as duas grandes organizadoras de eventos, a italiana RCS e a ASO lutando para marcar sua presença no Mundo. Por outro lado, para quem segue o esporte, para quem está na frente da tela de tevê, muito provavelmente o  Mundo se dividirá entre os puristas que alegarão que as grandes voltas perdem a sua característica e personalidade ao sair muito além das fronteiras dos países limítrofes e entre aqueles que apostam que esta fórmula de ciclismo de transferências cada vez mais longas entre etapas fazem parte do show globalizado.

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