O experiente velocista argentino Max Richeze e a cubana Arlenis Sierra, nome de destaque no pelotão feminino em toda América , conquistam a medalha de ouro na prova de ciclismo de estrada dos Jogos Pan Americanos de Lima2019
Richeze quebra um jejum de medalhas nas provas de estrada para os argentinos que vinha desde os jogos de Winnigpeg’1967, com a prata de Vicente Chancay, a outra medalha dos vizinhos em provas de estrada , o ouro, havia sido conquistado em Chicago’1959 por Ricardo Senn.
O velocista de 36 anos que na próxima temporada está de mudança para montar o trem de aceleração para Fernando Gaviria na UAE Emirates, superou no sprint, sua especialidade, os outros 6 companheiros de fuga e usou toda sua experiência para conquistar a medalha de ouro, deixando a segunda posição para o mexicano Ignácio Prado, que em 2015 havia conquistado a prata no CRI, e o bronze para o colombiano Bryan Gomez.
No mesmo grupo dos medalhistas e disputando o sprint final estavam também o panamenho Christofer Jurado, o equatoriano Jhonnatan Narvaez, o peruano Afonso Gamero e o chileno José Rodríguez que cruzaram a meta com o mesmo tempo do vencedor.
As mais de 4 horas de pedal e os 177 km de prova, aliados à alta humidade de Lima provocaram estragos no pelotão, levando ao abandono de 14 ciclistas. Já na metade da prova um grupo de 9 ciclistas, onde se encontravam os medalhistas, tinha sobre o pelotão aonde se encontrava Richeze uma vantagem de 3m07 segundos. O argentino chegou à frente após a nona volta, e aí houve mais uma seleção no grupo que definiu a corida.
O Brasil foi representado na prova por Rodrigo do Nascimento, 27º colocado a 2m50s dos ponteiros, o outro integrante Magno do Prado Nazaret, medalha de prata no CRI, abandonou a prova após completar a nona volta no circuito.
O campeão argentino de estrada que em Toronto’2015 havia conquistado a prata no velódromo na prova de perseguição por equipes, e figura de destaque na preparação dos sprints da Deceuninck- Quick Step, comentou o seu desempenho: “Estou muito contente, embora tenha sido uma corrida duríssima. Para mim a prova de estrada foi muito dura pelas minhas características, mas de tudo. Vim de trás. Quando cruzei a meta percebi que havia ganhado. Trabalhei no ataque final porque havia um ciclista à frente, e também tive que me defender no final”.
“Foi uma prova muito importante, não foi fácil vir a estes Jogos Pan Americanos porque faz duas semanas acabei o Tour de France onde trabalhamos muito como equipe e tivemos um grande desgaste físico, assim tentei me recuperar o mais rápido possível”, destacou o vencedor.
Segundo colocado, o mexicano Ignácio Prado repete o Pan de Toronto’2015 quando conquistou duas medalhas de prata, na omnium e no CRI, agora em Lima’2019 ele mais uma vez foi segundo na omnium mas a segunda medalha veio na estrada. “Que sorte de conseguir outra vez uma medalha de prata. Acreito que sou muito reconhecido por conseguir muitos segundos lugares, mas também acredito que lutei até o final, dei tudo nesta corrida”, comentou o medalha de prata.
“Fecho estes Jogos Pan Americanos não apenas com a chave de prata, mas com muita experiência. Antes passava nervosismo e pressão pela inexperiência, mas com o passar dos anos aprendi a conviver em equipe e aproveitar as corridans, amadureci muito, espero não perder esse ritmo”, disse o mexicano que estará alinhando no Tour de Utah dois dias depois de conquistar a medalha.
Em sua terceira participação nos Jogos Pan Americanos, a cubana Arlenis Sierra conquista pela segunda vez a medalha de ouro na prova de estrada ao superar no sprint a trinitense Teniel Campbell e a mexicana Lizbeth Salazar
As ciclistas deram 5 voltas no circuito de 16,1 km montado na região de Costa Verde – San Miguel – , o pequeno pelotão de 36 ciclistas, sem a presença de brasileiras, rodou de forma compacta para minimizar a ação do vento que se faz constantemente presente no circuito montado à beira mar.
foto: Carlos Lezama / Lima 2019
Arlenis, comentou a tática utilizada para a conquistar o ouro: “Com as companheiras tivemos a tática de procurar manter compacto o pelotão. Era questão de esperar. A colina estava muito longe da chegada. Tinha que estar bem encaixada para o trecho final.”, a cubana ainda destacou os problemas enfrentados quando disputou as provas e pista e o contra-relógio individual. “Estava triste porque na pista não me senti muito bem e na contra o relógio minha bicicleta quebrou. Mas o esporte é assim, hoje pode dar errado, mas amanhã você pode se sair bem”.
A medalha de prata ficou com a ciclista de Trinidad Tobago, Teniel Campbel repetindo a mesma posição obtida na prova contra o relógio disputada na quarta-feira. A ciclista de 21 anos, atual campeã pan americana de estrada na categoria sub23. Teniel mostrou um tanto inconformada com a segunda posição “Isso é meio agridoce. Queria ganhar, mas era tudo o que tinha pra hoje. Foi bem agitado e realmente não queria ficar encaixotada no meio do pelotão porque as outras equipes tinham suas ciclistas defendendo suas posições e sabia que se mudasse de um lado a outro havia o risco de queda. Só tentei abaixar a cabeça e pedalar o mais forte que pude”, destacou a medalhista de prata.
A mexicana Lizbeth Salazar, conquistou a medalha de bronze, porém destacou que sua preparação para esta edição dos Jogos Pan Americanos foi praticamente toda direcionada para a pista onde conquistou a prata na onmium e o bronze na Madison. “Quero me classificar para as provas de pista dos Jogos Olímpicos. Para estes jogos Pan Americanos fiz minha preparação principalmente para as provas de pista, quase um 90% , assim estou muito contente com o resultado”, a ciclista ainda destacou a evolução das mexicanas nestes jogos: “ganhei muita experiência e vontade de melhorar. Há quatro anos ganhamos duas medalhas na pista, este estamos levando muito mais (ndr.: só no feminino foram 1ouro, 1 prata 3 bronze). Ganhamos uma na estrada, algo que na edição passada não conseguimos realizar. Estou muito feliz pela forma que avançamos”.
JOGOS PAN AMERICANOS LIMA 2019
Ciclismo circuito Costa Verde – San Miguel 16,1 km
Prova Feminina 5 x 16,1 km – total 80.5 km
1- Arlenis Sierra – Cuba – 2h19m49s – vel. média 34.541 km/h
2- Teniel Campbell – Trinidad Tobago – m.t
3- Lizbeth Salazar – México +1s
Prova Masculina 11×16,1 km – total 177,1 km
1- Maximiliano Richeze – Argentina – 4h06m28s – vel. média 43.111 km/h
2- Ignácio Prado – México – m.t.
3- Bryan Gomez – Colômbia – m.t.
27- Rodrigo do Nascimento – Brasil +2m50
DNF – Magno do Prado Nazaret – Brasil