MOBILIDADE E COMPORTAMENTO: SE BEBER NÃO PEDALE JÁ É REAL EM MADRI

Em Madri estão tornando-se comuns os testes de bafômetro para ciclistas. Até agora em 2015 foram realizados 327 testes e as autoridades informam que os controles devem-se tornar rotineiros. O lema Se Beber não Pedale é bem visto por ciclistas

Em Madri o teste do bafômetro também está sendo aplicado aos ciclistas

Em Madri o teste do bafômetro também está sendo aplicado aos ciclistas  foto: Ángel Navarrete/El Mundo

O crescente aumento de ciclistas pelas ruas de Madrid e o incremento da utilização do BiciMad, o sistema público da capital espanhola para aluguel de bicicletas elétricas são um sinal positivo de que o uso da bicicleta está em alta. Só no BiciMad estão cadastradas mais de 60 mil pessoas que fazem em média mais de 12 mil viagens diárias de bicicleta. Porém algo tem preocupado as autoridades, pois além de irem pedalando para as escolas, trabalho ou às compras o madrileno também está indo para as longas noites de “balada” pedalando, afinal é um meio rápido e econômico para se chegar em casa,  e seguindo um raciocínio um tanto distorcido, muita gente acha que com essa liberdade poderia tomar umas doses a mais e circular pela cidade.

O Se Beber não Pedale tornou-se uma realidade na capital espanhola, segundo o jornal El Mundo o aumento da demanda pela utilização da bicicleta levou as autoridades a realizarem blitzes para controles de alcoolemia em ciclistas, as ações começaram em 2014 com um total de 68 testes aonde foram detectados 13 positivos, mas em 2015 com mais gente pedalando pela cidade e com o aumento dos controles, até o momento foram realizados 327 testes dos quais 99 pessoas, ou um 30% estavam com um índice alcoólico acima do permitido.

Muitos desses controles efetuados pela Policia Municipal de Madrid foram feitos de forma educativa e também para informar que a partir de agora estes testes também serão realizados com os ciclistas e para mostrar ao cidadão que a bicicleta é um veículo e que seus usuários devem encará-la como tal. Esses controles acontecem diariamente em todos os horários e são intensificados aos finais de semana quando aumenta o fluxo de ciclistas pela cidade.

Segundo a matéria os ciclistas entrevistados aprovaram a ideia, apesar de que algum ou outro tivesse ficado espantado com a operação policial pois a abordagem é praticamente idêntica à realizada com motoristas e motociclistas o Sem Beber não Pedale foi um consenso entre os entrevistados. Muitos consideraram que a ação de controle pode auxiliar no controle do trafego da cidade e principalmente aumentar a segurança na ruas.

Um dos policiais entrevistados comentou que essas ações revelaram um problema, ou uma distorção do conceito de mobilidade: “muitos cidadãos não consideram que a bicicleta seja um veículo e assim saem alcoolizados pelas ruas sem prestar atenção nos sinais de trânsito” – a maior parte desses deslocamentos acontecem na região central de Madrid.  Segundo os agentes de trânsito a multa para quem acusar um positivo vai de 500 (R$ 2.250) a 1.000 Euros (R$ 4.500) dependendo da taxa de álcool ingerida pelo ciclista. Porém trata-se de uma penalidade administrativa por não se tratar de veículo a motor e mesmo que a pessoa tenha carteira de motorista esta não receberá os pontos pela infração, trata-se apenas de uma penalização econômica. Se o ciclista não estiver em condições de prosseguir viagem, a bicicleta será retida para evitar possíveis acidentes.

Aqui no Brasil estamos pedalando mais rapidamente para o uso da bicicleta para deslocamentos, será que não é hora de se pensar em uma campanha preventiva (entre tantas outras necessárias)  para alertar os ciclistas dos riscos de se pedalar com uma doses a mais?

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