MUNDIAL JUNIOR: 4 OUROS PARA LEA SOPHIE E O RECORDE DO KM É DE TOMAS CORNISH

No último dia do Mundial de Pista Junior, disputado no Velódromo do Centro Mundial de Ciclismo, o australiano Tomas Cornish estabeleceu um novo recorde para o 1 km e a alemã Lea Sophie Friedrich conquistou a sua 4ª medalha de ouro. Nas provas de Madison  francesas e australianos são os novos campeões mundiais da prova que retornará ao programa olímpico em Tóquio 2020

Tomas Cornish registrou  o novo recorde mundial  para o Km 1m00s498 – foto © klementdesign – UCI

Os Campeonatos Mundiais de Ciclismo de Pista Junior terminaram no último domingo (20/08) com os alemães levando para casa o maior número de medalhas de ouro, 4  e todas elas com a participação da jovem velocista  Lea Sophie Friedrich. Porém, foram os australianos a sair de Aigle com o maior número de medalhas, ao todo 9 sendo 3 de ouro.

Os australianos conquistaram duas medalhas de ouro no último dia de competição, primeiro com o velocista Tomas Cornish que venceu a prova do 1 Km contra o relógio com a marca de 1m00s979 e depois com a dupla Quick-Plapp na Madison.

Cornish que no sábado havia ficado com o segundo lugar na velocidade, entrou com muita vontade na fase classificatória e simplesmente  estabeleceu o novo recorde mundial para o Km da categoria júnior com 1m00s498 , baixou em 0,080 segundos a marca anterior do canadense Stefan Ritter, obtida em Aguascalientes, no México, em outubro de 2016.

Na fase classificatória do Km o brasileiro Vinicius Cruz registrou o 30º tempo – 1m05s518 e Vinicius Gussolli o 42º com 1m07s759 não avançando na competição, pois apenas os 8 melhores passam à semifinal.

Velocista brasileiro na fase classificatória do KM contra o relógio – foto: © klementdesign – UCI

Após obter a nova marca o australiano declarou “Isso estava no fundo da minha mente, mas eu realmente não acreditava que fosse possível. Eu estava me sentido muito bem, mas não percebi o quanto rápido estava indo até que cruzei a linha. Ainda não acredito!”. Segundo o ciclista o mais difícil foi disputar a fase final e fazer uma marca que lhe garantisse o ouro “Isso foi o mais difícil de verdade. Todo mundo estava me parabenizando pelo recorde mundial, mas eu ainda não tinha ganhado o título”. Como o último a entrar na pista ele marcou 1m00s979 e garantiu o ouro, deixando o checo Statsny na segunda posição e o alemão Hohne em 3º.

Com o atrativo de ser reintegrada ao programa olímpico em Tóquio, em 2020, as provas de Madison chamaram a atenção do público que foi ao velódromo de Aigle. A prova feminina foi dominada com folga pelas francesas Victorie Berteau e Marie Le Net que venceram 8 dos 10 sprints, além de colocarem uma volta nas demais competidoras. O domínio das garotas francesas se deve a que elas já correm juntas há dois anos, apesar de  no ano passado Victorie ter disputado o Mundial, aonde obteve o bronze com outra parceira, Valentine Fortin, além disso elas tem um ótimo relacionamento fora da pista, o que resultou uma formula perfeita para o domínio da prova disputada por 13 duplas em 20 km – 100 voltas.

As francesas Victorie Berteau e Marie Le Net que venceram 8 dos 10 sprints© klementdesign – UCI

Ao final da prova, Marie Le Net ainda estava impressionada com a performance, “Eu não sei como nós fizemos isso. Tínhamos pernas tão boas e, mesmo quando estávamos à frente com facilidade, o nosso técnico (a quem realmente queremos agradecer) nos disse para que mantivéssemos a calma  e apenas continuamos”, sua parceira completou a reposta “Eu olhava para o painel de vez em quando para verificar o que estava acontecendo. É inacreditável.”.

Para muitos o favoritismo estava com a dupla italiana – formada por Gloria Scarzi e Vittoria Guazzini que vinha respaldada pelas 3 medalhas de ouro (perseguição por equipes, perseguição individual e  Omnium ), porém Guazzini caiu nas primeiras voltas e não conseguiu retornar à pista com as mesmas condições, apesar e mostrar muita combatividade no último sprint foram superadas pelas australianas Wallace-Culling que ficaram com a medalha de bronze com 38 pontos, 2 a mais que as italianas que ficaram de fora do pódio.  A medalha de prata ficou com a dupla russa Malkova-Miliaeva  que também fez uma grande corrida pontuando em 8 dos 10 sprints.

Quick e Plapp correndo jundos pela primeira vez garantiram o ouro no Mundial Junior – foto: © klementdesign – UCI

Com 26 duplas inscritas para a disputa e apenas 13 vagas na final, a prova masculina exigiu a realização de duas corridas eliminatória, aonde os australianos já haviam sinalizado com um ótimo desempenho e muita sincronia apesar de correrem em dupla pela primeira vez.

Blake Quick e Lucas Plapp pontuaram em 12 dos 14 sprints em uma prova que foi muito controlada, aonde os competidores não deram margem a ataques que resultassem em fugas.  Ao final os australianos totalizaram 47 pontos, contra 38 dos russos que repetiram o bronze de 2017  e 27 dos dinamarqueses.

“Nós não sabíamos o que esperar realmente”, disse Lucas Plapp, que em Aigle já havia conquistado o ouro na Prova por pontos. “Nosso plano era o de tentar  dar uma volta e desgastá-los, mas todos eram muito fortes. Tudo se resumiu aos sprints”. Seu parceiro Blake Quick, medalhista de bronze no Omnium no sábado, acrescentou: “Foi difícil, mas estávamos otimistas. Você espera uma competição acirrada em um Campeonato Mundial da UCI, então é incrível vencer”.

Lea Sophie e a russa Iana Tyshenko na semifinal da Keirin- foto: © klementdesign – UCI

Com apenas 18 anos a jovem Lea Sophie Friedrich, em seu segundo mundial na categoria júnior, mostrou toda sua evolução de um ano a outro. Em 2017 ela foi bronze nos 200m, prata nos 500m e na Velocidade por Equipes. No Mundial 2018  ela simplesmente foi perfeita conquistando o ouro na Velocidade por Equipes, na Velocidade – 200m, nos 500m contra o relógio e para se despedir de Aigle ela venceu o Keirin – 4 especialidades, 4 medalhas de ouro.

Lea Sophie dominou também no Keirin, fez duas baterias aonde venceu com tranquilidade – se é que pode-se dizer que uma disputa de velocidade seja algo tranquilo. Na prova final, ela optou pela tática de rodar um pouco mais atrás  para aproveitar a roda das adversárias para se lançar ao sprint final superando a polonesa  Nikola Sibiak e a russa Iana Tyshenko.

Já acusando o cansaço dos cindo dias de competição e da tensão das disputas, o novo grande talento das pistas não tinha muitas palavras para comemorar, sua declaração se resumiu a um “Simplesmente incrível”. Em seu retorno à casa Lea Sophie Friedrich disse que deve tirar umas duas semanas de férias.

Em 2019, o próximo Mundial Junior de Pista, será disputado no velódromo de Frankfurt.

 

Campeonatos Mundiais de Ciclismo de Pista

Velódromo do Centro Mundial de Ciclismo – Aigle – Suíça

1 Km contra o relógio

1- Thomas Cornish – Austrália – 1m00s979 – vel. média 59.037 km/h

2- Jakub Statsny – Rep. Checa – 1m01s830

3- Anton Hohne – Alemanha – 1m02s358

30- Vinicius Cruz – 1m05s518

42- Vinicius Gussolli – 1m07s759

Madison masculina – 140 voltas – 28 km – 14 sprints

Tempo de prova: 30m44s – vel. média: 54.653 km/h

1- Austrália – Blake Quick, Lucas Plapp – 47 pontos

2- Rússia – Gleb Syritsa, Lev Gonov – 38 pontos

3-  Dinamarca – Oliver Frederiksen, Matias Malmberg – 27 pontos

Madison Feminina – 100 voltas – 20 km – 10 sprints

Tempo de prova: 23m48s – vel. média: 50.405 km/h

1- França – Victorie Berteau, Marie le Net – 70 pontos

2- Rússia – Daria Malkova, Mariia Miliaeva – 46 pontos

3- Austrália – Alexandra Martin-Wallace, Alice Culling – 38 pontos

Keirin Feminina

7 voltas – apenas os 200m finais são cronometrados

1- Lea Sophie Friedrich – Alemanha 11s521 – vel. média 62.495 km/h

2- Nikola Sibiak – Polônia +0.460

3- Iana Tyshenko – Rússia + 0.468

4- Anna Dozhdeva – Rússia +0.559

5- Shaane Hazel – Nova Zelândia +0.586

6- Jiafang Hu – China +1s173

Em Aigle 20 camisas arco-íris estiveram em disputa – foto: UCI

Quadro de Medalhas

1- Alemanha – 4 ouro, 3 bronze – 7 medalhas

2- Itália – 4 ouro – 4 medalhas

3- Austrália – 3 ouro, 2 prata, 4 bronze – 9 medalhas

5- França – 3 ouro, 1 prata, 1 bronze – 5 medalhas

6- Polônia – 1 ouro, 5 prata, 3 bronze – 9 medalhas

6- Rússia – 1 ouro, 5 prata, 3 bronze – 9 medalhas

8- República Checa – 1 ouro, 1 prata, 1 bronze – 3 medalhas

9- Nova Zelândia – 1 ouro, 1 prata

10- China – 2 prata

11- Dinamarca – 1 prata, 2 bronze

12- Grã Bretanha – 1 prata, 1 bronze

13- Índia – 1 prata

14 – Bélgica – 1 bronze

14- Cazaquistão – 1 bronze

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