SHIMANO DURA-ACE E ULTEGRA A 12 VELOCIDADES E COM MAIS NOVIDADES

Demorou, mas finalmente a mudança para 12 velocidades chegou aos grupos topo de gama da Shimano. Além de um pinhão a mais, os grupos trazem como novidade o funcionamento semi-wireless com redundância por cabo e  de montagem simplificada, sistema de freios revisado com pastilhas mais distantes do disco e adoção da tecnologia ServoWave nas alavancas ou trocadores redesenhados e uma nova coleção de rodas

Em lançamento mundial que aconteceu em 31 de agosto, a Shimano apresentou a revolução imposta a seus dois icônicos grupos de estrada Dura-Ace e Ultegra; entre as muitas mudanças a a adoção de 12 velocidades, mas há muito mais neste lançamento

O Dura-Ace na versão R9200 de 12 velocidades Di2, com opção para freios a disco ou no aro, alavancas wireless com cabo de redundância (ou semi-wireless), câmbios de operação mais rápida, coroas maiores com combinação 54-40  e cassetes de 11-34 dentes.  A atualização também inclui novo medidor de potência, tecnologia de freios Servo Wave  e uma nova coleção de rodas para uso de pneus tubeless e tubulares.

A linha de componentes Ultegra  R8100 além da adoção das 12 velocidades com comandos de câmbio Di2 sem fio a nova versão inclui opção de medidor de potência e rodas tubeless completas de carbono exclusivamente para utilização com freio a disco. A evolução do Dura-Ace se baseia no conceito de oferecer componentes leves, de resposta rápida e precisa, voltada para a alta performance sob o conceito, batizado de ‘Science of Speed’ – Ciência da Velocidade.

Ultegra 12v já equipa modelos que começam a ser distribuídas pelo mundo – foto: Irmo Keizer

Trocas mais rápidas, confiabilidade e design integrado

A Shimano revisou por completo sua plataforma Di2 para melhorar a velocidade de resposta nas trocas de marcha, enquanto faz a conexão comando-câmbio sem fio, na evolução do sistema, o projeto de motor dos câmbios foi melhorado, reduzindo o tempo do processamento, ou seja, o tempo do movimento entre motor e mecanismos de engrenagem, e de desempenho da transmissão.

O resultado é a economia de frações de segundo, que resulta numa redução de 58% no tempo de operação do câmbio traseiro e em 45% menos tempo de operação do câmbio dianteiro.

O sistema é semi-wireless – isto porque o fabricante adota o cabo para evitar possíveis interferências ou para assegurar a   ‘confiabilidade total’; é fornecida apresentando-se uma ‘conexão por fios’ que ligam a bateria Di2 ao câmbio dianteiro (FD-R9250) e ao câmbio traseiro (RD-R9250)

Essa bateria única, interna, é uma solução de carregamento simples que garante uma conexão estável e de alta voltagem a ambos os câmbios, ajudando nessa mais rápida troca de marchas da Shimano. Tal confiabilidade é embasada por um circuito de chip desenvolvido exclusivamente para esta função e de alta segurança, com rápido processamento e baixo poder de consumo, que diminui significativamente a possibilidade de interferência de dispositivos externos.

Segundo a Shimano, testes realizados no desenvolvimento do modelo, a bateria BT-DN300 utilizada para movimentar os câmbios, tem uma durabilidade de até 1000 km – até a recarga. Para esse dado a Shimano toma por referência para o cálculo rodar uma distância de 45 km/dia ou 2 horas de pedal/dia e 54 mudanças de marcha/dia com o câmbio dianteiroe 370 mudanças de marcha/dia com o câmbio traseiro, tudo isso a uma temperatura de 25°C

Os botões do trocador STI são energizados por baterias ‘tipo moeda’ CR1632 que podem durar de  1,5 a 2 anos. Uma opção para quem busca estender a capacidade da bateria é adotar a conexão totalmente por fios o que aumenta a capacidade em 50%, esta opção está pensada mais especificamente para a utilização do sistema em uma e-bike. O câmbio traseiro passou por grandes mudanças, entre elas o ponto de carga do sistema que agora está no corpo do próprio câmbio, sem a necessidade da utilização de carregador como na versão anterior. Ele provê a conexão com os trocadores STI através do circuito integrado proprietário da Shimano, a conexão ANT+ com dispositivos de terceiros O resultado é um câmbio traseiro RD-R9250 com design integrado, com uma porta de carregamento oculta, um botão para operação do Di2 e luzes de LED, que indicam o modo de mudança sincronizada, o modo de configuração ou outros requisitos de carga.

Destaque para a ergonomia e customização

Seguindo uma tendência vista no pelotão e também com alguma influência dos guidões de gravel, a Shimano investiu na ergonomia, melhorando o conforto, produzindo um conjunto mais aerodinâmico.

Os novos comandos de mudança de marcha de 12 velocidades (2×12) sem fio e freio a disco hidráulicos (ST-R9270) tem uma capa mais elevada, levemente curvada para dentro, e uma área aumentada entre corpo do trocador e o guidão, oferecendo ao ciclista uma pegada melhor para os dedos indicador e dedão na capa do trocador, e melhor acomodação para 3 dedos na alavanca de freio, enquanto oferece fácil acesso à alavanca de mudanças na curva do guidão.

Outra mudança distanciamento maior entre os botões Di2 na alavanca, para permitir uma diferenciação melhor entre botões de subida ou descida de marchas, principalmente quando o ciclista está de luvas ou com os dedos úmidos de suor.

O formato da nova linha promete uma montagem e instalação mais simples, e sem portas para cabos no trocador ou no guidão. Isso, junto a uma rota interna de cabeamento, oferece um conjunto guidão e comandos de mudança mais limpo.

Portas para cabeamento podem ser usadas na instalação de pequenos botões remotos para troca de marcha. Botão para sprint (SW-R801-S) ou botão de escalada (SW-R801-T) podem ser usados com uma abraçadeira ou podem ficar integrados ao guidão por uma porta específica como no novo guidão PRO Vibe Evo.

Shimano trabalhou na ergonomia do novo sistema de mudanças de marchas e alavancas de freio- Foto: Irmo Keizer – Shimano

Esses novos botões satélites opcionais ainda mais compactos, podem ser instalados na curva ou drop do  guidão por meio de um cabo (SW-RS801-S) de 100mm ou à parte superior do guidão por um cabo Di2 (SW-RS801-T) de 260 mm.

A interface de controle oferece algumas opções de personalização úteis, graças ao aplicativo E-Tube atualizado e compatível com a série Dura-Ace R9200. Bem parecido com versões anteriores, o projeto E-Tube versão 4.0.0 permite costumização como trocas sincronizadas ou semi sincronizadas (Synchronized ou Semi-Synchro shifting), trocas múltiplas (Multi-Shift), velocidade de trocas (shifting speed) e mapeamento do botão de STI, que podem ser realizadas em movimento. Conexões com ciclo computadores de outros fabricantes podem ser configuradas para mostrar informações do Di2.

Transmissão: trocas de marcha rápidas, medidor de potência integrado

O novo cassete Hyperglide+ Dura-Ace de 12 velocidades, ainda não passou a adotar o pinhão de 10 dentes como outras marcas, a Shimano ainda acredita que o pinhão de 11 dentes como menor engrenagem ainda é a melhore opção, porém com a adoção das 12 velocidades foi possível revisar o conjunto entre o 6º, 7º e 8º pinhões com um melhor escalonamento das marchas que combinado ao perfil em rampa inteligente do cassete, que oferece mudanças mais suaves mesmo sob cargas extremas tanto para subir ou descer marchas.

São duas opções de cassete  o 11-30D e o novo 11-34D desenvolvido para enfrentar trechos de montanha.  Os cassetes vêm com um novo padrão de encaixe estriado, compatível com as versões anteriores dos núcleos do cassete – freehubs – Dura-Ace R9100 de 11 velocidades, o que significa que os novos componentes do Dura-Ace podem ser usados com as rodas da série anterior.

Assim como o novo cassete Dura-Ace maior (11-34D), uma nova opção de coroas 54-40D foi desenvolvida para o sistema 2×12 oferecendo maior eficiência de transmissão do que opções de coroas menores.

A mudança também chegou ao descarrilhador, ou câmbio dianteiro, a nova versão Di2 é mais leve e com com área frontal 33% menor, e uma redução de peso de 96 gramas, oferecendo capacidade maior para coroas de 50-55 dentes.

O grupo tem duas opções de pedivela, um com medidor de potência integrado (FC-R9200-P) e a sem medidor de potência (FC-R9200), nos dois casos está presente a tecnologia Hollowtech II, e com opção de coroas 50-34D, 52-36D ou nova combinação de coroas 54-40D, com alavancas de 160 a 177.5 mm e Fator-Q de 148 mm.

A versão com medidor de potência utiliza tecnologia Bluetooth e ANT+ para transmitir dados. Tem capacidade para mais de 300 horas de uso em pedaladas, sem necessidade de recarga e vem com precisão melhorada em 1.5% no medidor de tensão.

O conjunto de transmissão do novo Dura-Ace utiliza a mesma corrente da linha topo de gama dos modelos de mountain bike de 12 velocidades, a XTR M9100.

Sistema de freios: Menos ruídos, manutenção amigável

O sistema de freios a disco passaram por uma significativa atualização com a introdução da tecnologia SERVO WAVE nas alavancas de freio, oriundas dos sistemas de frenagem para Gravel e MTB desenvolvidas pela gigante japonesa.

Com um curso menor é possível um melhor desempenho para as pastilhas de freio e rotores, permitindo maior modulação nos freios, resultando em maior velocidade contínua e maior confiança em trechos e situações mais técnicas.

foto: Irmo Keizer-Shimano

A adoção de novas pastilhas de freio, 10% mais largas e maior folga no rotor garantem um sistema de frenagem mais silencioso devido a menor deformação no rotor por aquecimento e menor interferência temporária entre pastilha x rotor.

A manutenção do freio foi melhorada, pois é possível fazer a sangria de freios sem remover o caliper (BR-R9270) do quadro, graças a uma porta de sangria e parafuso de válvula separados. Um novo funil e espaçador de sangria também ajudam na melhoria desse processo, mas isso é coisa para os mecânicos especializados.

Rodas: aerodinâmica, rigidez e leveza

Shimano redesenhou sua linha de rodas buscando equilíbrio entre três fatores: redução de arrasto sem sacrificar o controle, rigidez na condução graças ao novo cubo com Direct Engagement e uma construção de peso reduzido. Estes princípios para oferecer uma completa linha de rodas de carbono para tubulares e pneus sem câmara.

foto: Irmo Keizer-Shimano

Três alturas de perfil de aro oferecem benefícios de performance diferentes aos Ciclistas:

  • C36 (WH-R9270-C36-TL) para subidas, é a roda mais leve
  • C50 (WH-R9270-C50-TL) é uma roda multiuso oferecendo equilíbrio entre arrasto, rigidez na pilotagem normal e lateral, peso e controle geral e periférico.  A redução no arrasto era um dos nossos maiores objetivos, e a nova C50 em particular, se destaca nesse quesito. Em condições de corrida, ela entrega uma redução de 5.1W de arrasto em comparação com a roda C40-TL tubeless da série DURA-ACE R9100 e, redução de 1W comparado com a roda C60-TU tubular série R9100, enquanto oferece outros benefícios gerais de peso e controle.
  • C60 (WH-R9270-C60-HR-TL) é a roda mais aerodinâmica de todas, de alta rigidez (High Rigidity – HR) ideal para sprints e arrancadas em alta velocidade.

A rigidez na condução foi aumentada para ampliar a sensação de pedalada diretamente na aceleração. Isso é possível com a utilização do  cubo com tecnologia DIRECT ENGAGEMENT, usando duas faces interligadas ao invés de um sistema de lingueta e catraca, resultando em um aumento de 63% entre a nova roda C50-TL da série R9200 e a anterior C40-TL da série R9100, junto com redução de peso de 45g no corpo da roda livre

Um par de rodas WH-R9270-C50-TL tem menos 161 g comparado com o modelo anterior WH-R9170-C40-TL.

Ultegra R8100 12V traz o DNA da tecnologia do novo Dura-Ace R9200

O novo Ultegra R8100 compartilha o mesmo DNA do Dura-Ace R9200, oferecendo desempenho incrível em todas as funções, combinando os pilares da Ciência da Velocidade utilizada no desenvolvimento do modelo mais sofisticado da marca:  plataforma de mudança de marchas, interface de controle, sistema de freios, sistema de transmissão e sistema de rodas. 

Compartilhando a mesma plataforma Di2 revisada que o Dura-Ace R9200 para melhorar a velocidade de mudança, tornando a conexão trocador-câmbio ‘sem-fio’, e ainda garantindo confiabilidade total.

foto: Irmo Keizer – Shimano

O novo câmbio traseiro Ultegra é agora o ponto de carga do sistema (substituindo o carregador SM-BCR2 da Shimano) e fornece a conexão sem fio para trocadores STI e outros dispositivos de terceiros (substituindo a unidade sem fio EW-WU111). Além disso, seu design integrado fornece o ponto de controle para customizar as operações Di2 e os modos de mudança sincronizado, substituindo o botão anterior do guidão ou Junction-A (SM-RS910) dentro do quadro. Dura-Ace está na construção. Os câmbios dianteiros e traseiros Dura-Ace R9200 pesam 96 g e 215 g, respectivamente, enquanto do Ultegra R8100 pesam 116 g e 262 g, resultando em uma diferença combinada de 67 g.

Interface de controle Ultegra

Os novos trocadores (ST-R8170) com freio a disco hidráulico sem fio ULTEGRA de 2×12, agora se apresentam com a parte mais elevada da capa do trocador levemente curvada para dentro, e uma área aumentada entre o trocador e o guidão, para entregar um outro nível de conforto e controle. Na mesma linha do Dura-Ace oferece aos ciclistas uma pegada melhor para os dedos indicador e dedão na capa do trocador e, melhor acomodação para 3 dedos na alavanca de freio, enquanto oferece fácil acesso à alavanca de mudanças no drop do guidão

O ST-R8170 é compatível com novos botões de câmbio remoto minimizados. O botão de sprint (SW-R801-S) ou o de escalada (SW-R801-T) da Shimano, podem ser usados com abraçadeira ou podem ser posicionados integralmente no guidão com uma porta específica, como no novo guidão PRO Vibe Evo

O aplicativo E-Tube, na versão 4.0.0 possiblita a personalização e a configuração do sistema pois é compatível com o novo grupo Ultegra.

Sistema de transmissão Ultegra

O grupo Ultegra usa dois novos cassetes Hyperglide+ de 12 velocidades com relações 11-30 e 11-34. O cassete 11-30, foi otimizadocom uma revisão do 6º, 7º e 8º pinhões, para manter o passo de engrenagem suaves e consistentes.

Os cassetes ULTEGRA vêm com um novo padrão de encaixe estriado, também compatível com as versões anteriores dos cubos Shimano de 11 velocidades, o que significa que novos componentes ULTEGRA R8100 podem ser usados com as rodas anteriores de 11 velocidades da Shimano.

foto: Irmo Keizer – Shimano

Pela primeira vez, as pedivelas Ultegra vêm com a opção de medidor de potência. O FC-R8100-P oferece mais de 300 horas de tempo de pedal graças a uma bateria li-íon integrada, recarregável e resistente à água. Dados de ambos os lados da pedivela são fornecidos pelos medidores de tensão da Shimano que ficam nas duas alavancas da pedivela. Os medidores de potência ULTEGRA usam tecnologia Bluetooth e ANT+ para transmitir dados.

As pedivelas nas opções com medidor de potência ou sem medidor de potência vêm em combinações de coroas 50-34T ou 52-36T com comprimentos alavanca de 160, 165, 170, 172,5 e 175 mm. A versão com medidor de potência pesa 769 g, apenas 21 g a mais que o medidor de potência DURA-ACE com 748 g. A exemplo do modelo topo de linha a ULTEGRA R8100 também utiliza uma corrente oriunda dos modelos de mountain bike, neste caso a de 12 velocidades da série XT M8100 da Shimano.

foto: Irmo Keizer – Shimano

Sistema de freios Ultegra

O sistema de frenagem do grupo Ultegra também passou por uma expressiva atualização, passado também a utilizar a tecnologia Servo Wave que se traduz em melhor resposta de frenagem e modulação.  Os ruídos nas frenagens foram minimizados com a adoção de pastilhas de freio 10% mais largas, e maior folga do rotor, além de um botão para os rotores RT-MT800 da Shimano. O resultado é um sistema mais silencioso, obtido através de menor deformação térmica do rotor e menos interferência temporária entre a pastilha e o rotor. As novas pinças de freio Ultegra pesam 282 g por par contra o peso de 229g das Dura-Ace.

Rodas Ultegra

Pela primeira vez, a Shimano introduziu uma linha de rodas de carbono, para freio a disco, tubeless no nível ULTEGRA desenvolvidas para garantir desempenho por meio do equilíbrio entre redução de arrasto sem sacrificar o controle, rigidez na condução e construção de baixo peso em três versões em fibra de carbono. A rigidez de condução foi amplificada para aumentar a sensação do pedalar, diretamente em acelerações, dando à nova roda UltegraC36 um aumento de 9% na rigidez em relação à atual C40.

  • C36 (WH-R8170-C36-TL, ideal para subidas, é a roda mais leve com peso de 1488 g por par (para comparação: Dura-Ace WH-R9270-C36-TL peso = 1350 g).
  • C50 (WH-R8170-C50-TL) versátil completa com um grande equilíbrio de arrasto, rigidez lateral e de condução, peso periférico e global e controle. Pesando 1570 g por par (Dura-Ace WH-R9270-C50-TL peso = 1461 g).
  • C60 (WH-R8170-C60-TL) é a roda mais aerodinâmica. O par pesa 1649 g  (Dura-Ace WH-R9270-C60-TL peso: 1609 g).

Os novos componentes e rodas Dura-Ace e Ultegra devem estar disponíveis para o consumidor brasileiro a partir de outubro, porém algumas das grandes marcas já começaram a entregar seus lançamentos para 2022 com esses modelos.

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