SHIMANO FEST 2018: O MEMORIAL É DA AMÉRICA LATINA E DA BICICLETA

Paulistanos confirmam: Shimano Fest é o verdadeiro festival da bicicleta da cidade e o Memorial da América Latina é lugar de cultura e também da bicicleta

Memorial da América Latina recebeu a nona edição do Shimano Fest – foto: Fernando Siqueira/FS Fotografia

O Shimano Fest desde sua criação mostrou-se um evento em constante evolução, saindo de um festival voltado para o mountain bike e desde a sua chegada à capital paulista vem ganhando destaque que vai muito além de um festival, mostrou-se um ótimo encontro para o mundo dos negócios da bicicleta e também um evento que cada vez mais envolve os cidadãos e suas famílias.

Em sua nova casa, o Memorial da América Latina, o evento tomou uma proporção que não era possível de se imaginar alguns anos atrás. Se no passado tínhamos alguns grupos que ousavam pedalar da capital paulista pela estrada até Mogi das Cruzes, aonde o evento aconteceu por alguns anos, agora temos gigantescas caravanas se deslocando pela cidade, como os grupos que saíram do Parque do Ibirapuera ou da Chácara Santo Antônio e que se deslocaram por ruas e avenidas e pelas ciclovias que conduzem à região. Esses números se confirmam com o movimento do bicicletário, aonde foram estacionadas 5.600 bicicletas, um crescimento de 30% em relação aos visitantes que se dirigiram ao Jockey Club  pedalando em 2017.

Área de exposições do Fest Business- foto:  Rodrigo Philipps / DR3 Mídia

O Shimano Fest começou na sexta-feira, em um dia exclusivamente fechado para os profissionais do setor e para a imprensa. Se na edição passada foram dois dias de visitação direcionada aos negócios, neste ano,  com apenas um dia, os números foram muito próximos, 5400 lojistas visitando a feira em um dia de muita chuva na capital paulista, uma redução de 200 pessoas quando comparados ao movimento da edição anterior;  porém ao se verificar o movimento de equipes de vendas e as conversas de muitos empresários do setor que estiveram presentes, no sábado e um pouco menos no domingo ainda houve muita atividade comercial, o que certamente eleva esse número.

Durante os três dias do evento,  mais de 30,6 mil  pessoas circularam pelo memorial da América Latina. E se no público o crescimento foi de 20%, o aumento de donativos doados foi ainda mais representativo, 65 % a mais que no ano passado, totalizando cerca de 5 toneladas de alimentos não perecíveis.

Giuliana Morgen, a GiuGiu  ganhadora do Short Track – foto: George Panara©MundoBici

O sucesso de mais uma edição fica claro na declaração de Fabio Takayanagi, presidente da Shimano para as  Américas Latina e do Norte, “Sinceramente o evento foi além das nossas expectativas, o que me faz muito feliz. Começamos o Shimano Fest há nove anos com o intuito de ter uma alternativa de lazer e acho que está cumprindo seu papel. O pessoal realmente gostou do nosso festival”, também destacou a importância do novo local e sinalizou sobre o futuro do evento:  “O Memorial da América Latina é um local icônico de São Paulo. Muita gente está redescobrindo este espaço, junto com o nosso evento. Muita cultura e acredito que a decisão de vir para cá tenha sido correta. Metrô do lado e diversas ciclovias próximas do local. O acesso é fácil, temos tudo para ficar aqui por muitos anos”.

A realização doe vento no Memorial da América Latina poderá resultar em um legado para o paulistano com a possibilidade de que haja uma extensão da ciclovia até o local, como aponta  a Diretora-presidente da Fundação Memorial da América Latina, Priscila Franco,  “Realizar um evento que fala de ciclismo, saúde e família sem trazer a bicicleta para dentro, é algo difícil de se pensar. Por isso queremos estender a ciclovia para cá. Já há uma ciclovia passando na avenida em frente ao Memorial mas as bikes não conseguem entrar, uma coisa que é incoerente. A atual gestão está há cinco meses e queremos que o Shimano Fest esteja aqui e permaneça no nosso espaço, que segue aberto para eles. Estamos recebendo sugestões e teremos assessoria de órgãos e entidades para abrir um ponto de apoio ao ciclista no Memorial”.

 

Luiz Cocuzzi – bicampeão do Short Track – foto: George Panara©MundoBici

Mantendo a tradição de temperar a cultura da bicicleta, esta edição, além apresentação do grupo Kiendaiki e seu tambores de Taiko, uma marca registrada do evento,  aconteceram apresentações das bandas 53×11, Renove Silence, Marla’s Mind e Sinfonia do Rock, isso sem falar nas opções oferecidas pelo Memorial como a visitação ao imponente mural, de 17 metros , Tiradentes de Cândido Portinari, ou da maquete que retrata o continente produzida por Gepp e Maia.

Também aconteceram debates e apresentações no concorrido Espaço Mulher e no Espaço Mobility aonde, no domingo,  foi realizada uma homenagem à conquista de Henrique Avancini mundial de  Mountain Bike Marathon  , com a organização reunindo várias gerações de mountain biker’s  – Eduardo, Ramires, Lucas Borba, Marcio Ravelli, Renato Rezende, Rubens Valeriano, Luciano K’dera, o pistard Gideoni Monteiro e o piloto Renato Rezende.

Grupos de ciclistas chegando ao Memorial – foto: André Crispin / FS Fotogrfia

No sábado, aconteceram as disputas da prova masculina e feminina de Short Track em uma pista de 1,1 km desenhada e construída pelo campeão de mtb e organizador de eventos, Márcio Ravelli. Na elite masculina, Luiz Cocuzzi, garantiu o bi-campeonato em uma prova marcada por uma disputa muito intensa aonde encontrar  pontos de ultrapassagem era um dos grandes desafios. A segunda posição ficou com o campeão brasileiro da sub23, Mario Couto e o terceiro lugar foi para Guilherme Muller.

No feminino, Giuliana Morgen, de apenas 15 anos, competidora da categoria juvenil que disputava sua segunda prova a Elite, mostrou porque é uma das grandes promessas do esporte ao superar adversarias mais experientes e levar o título , deixando para Karen Olimpio e Letícia Cândido a segunda e terceira posição.

Para quem foi buscando conhecer novidades, as grandes marcas levaram seus lançamentos e colocaram suas bicicletas para serem testadas, ao todo 5.600 pessoas pedalaram as 120 bicicletas disponibilizadas para o test-ride no circuito que utilizava a passarela que liga um lado a outro do Memorial. Além das fabricantes e montadoras de bicicletas, destaca-se a efetiva participação de empresas do crescente mercado de roupas e assessórios para ciclismo.

Em conversas com empresários do setor, muitos mostraram-se muito satisfeitos com o formato aonde, além de terem a oportunidade de negócios com os lojistas e outras empresas, também tiveram a possibilidade do contato direto com o consumidor final . Marlen Ferreira, gerente de marketing da Sense, comentou sobre o novo endereço do festival:  “Veio para o centro da cidade de São Paulo e teve um aumento de público, o que é fundamental para dialogarmos com o consumidor final. O estande ficou sempre cheio e tivemos aumento de 40% de vendas em relação a 2017, o que é muito relevante e nos deixa satisfeitos”.   Para Túlio Bezerra,  diretor comercial da Audax:A mudança de local em São Paulo foi muito feliz, porque ficou legal demais para o público, consumidor final. O tempo ajudou nos dois dias do fim de semana e tivemos um número bem grande de visitantes. Famílias, gente vindo de bike. Bacana demais. O Memorial é ótimo, porque favorece a mobilidade urbana. Acesso fácil ao metrô e pelas ciclovias da região”.

Sergio Gallo, da Groove comentou que a feira atendeu as expectativas e destacou a presença do publico e da realização de novas parcerias comerciais: “Tivemos surpresas como abertura de novos clientes e reativação de antigos. E foi uma surpresa também a grande procura que tivemos do público para conhecer a nossa linha. Vieram muitas pessoas satisfeitas com os lançamentos de 2019 e com a maneira como a gente atua no mercado. Em termos de consumidor final, um público cativo já ligado com a bicicleta e que conhece nossa marca”.  Outro empresário que destacou a importância comercial do evento foi Daniel Douek, da Isapa que levou praticamente toda sua força de vendas no  Memorial:  “Foi um evento sensacional, com muito movimento e acesso fácil, além de super organizado. A equipe da Oggi/Isapa foi em peso e quase todos representantes estavam na feira, além de vários clientes também. Tivemos exposição de produtos e vendas, com promoções de algumas marcas. Foi muito positivo”.

O Shimano Fest  mais uma vez conseguiu  manter-se na essência de um festival outdoor, mesmo tendo um forte lado business –  e talvez seja esse seu ponto forte – manteve a dose certa para cada coisa , pois mesmo quando se vai tratar de negócios o evento tem uma outra atmosfera . Um festival de congraçamento de marcas, ponto de encontro de amigos e de pessoas que vão para debater e mostrar sua opinião ou vivência, pedalar conhecer novidades ou simplesmente um lugar para levar a família, passear e curtir.

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