A indústria da bicicleta e de seus componentes gosta de revisitar o passado como fonte de inspiração, muita coisa que é apresentada como novidade hoje já foi experimentada ou foi amplamente utilizada em componentes que equiparam bicicletas algumas décadas atrás. É tudo uma questão de adaptação às novas tecnologias e à adequação de novas propostas ao mercado consumidor. Um bom exemplo disso são os freios TriRig Omega X, inspirados num clássico do design italiano dos fins dos anos 1980.
Os freios TriRig Omega X
Entre as tantas novidades que pipocam no mercado, há muita coisa que teve sua fonte de inspiração em produtos que já fizeram sucesso e foram esquecidos, seja por que ficaram ultrapassados ou porque o projeto apresentava alguma deficiência , mas como a ideia era interessante, ou por se tratar de um componente Cult há quem se aventure a fazer releituras desses produtos.
Os Croce D’Aune
Um bom exemplo disso é o freio – desenvolvido nos Estados Unidos, mais especificamente para o público do triatlo que sempre está atento às tendências de melhor rendimento aerodinâmico, o TriRigX Omega que também pode servir para uso em bicicletas de contra-relógio foi lançado em 2012 e que agora recebeu algumas atualizações que resultaram em melhor desempenho da frenagem, uma tampa com fixação magnética e o principal, é compatível com uma grande quantidade de quadros graças aos adaptadores Shimano Direct-Mount, TRP U-Mont ou o tradicional parafuso de fixação central.
A primeira vista para muitos o desenho pode ser inovador e surpreendente, porém é questão de falar com gente com mais tempo de pelotão ou com certo conhecimento de componentes para que logo seja traçado o comparativo com os antigos freios “Delta” da Campagnolo que foram produzidos entre o final de 1984 até 1993.
O projeto tem muito do DNA do “Delta” que nada mais era que o apelido do freio C-Record ( e que depois ganharia uma versão mais simplificada denominada Croce D’Aune) que tinha por novidade a puxada do cabo de aço não era mais lateral, mas central. Muito além da aerodinâmica, os engenheiros italianos valorizaram a estética do produto, e criaram pequenos mecanismos internos. Apesar de ter uma estética refinada a sua regulagem não era das mais simples, exigindo maior dedicação dos mecânicos (e poucos tinham a paciência necessária), além disso as primeiras séries tiveram problemas com as sapatas de freio que no primeiro modelo eram menores e produzidas com um composto que provocava superaquecimento comprometendo a qualidade da frenagem. Atualmente esses freios tornaram-se uma verdadeira joia procurada por muitos colecionadores ou aqueles que querem montar uma bicicleta de época ou vintage.
Os freios Delta C-Record e o detalhe do seu interior
Mas e o novo TriRig X Omega? É um freio que adota um sistema de acionamento similar – center pull – ou puxada central – ao da sua fonte inspiradora, porém em versão simplificada, não há os mecanismos internos com balancins, pequenos parafusos molas e apoios, ou seja a regulagem ficou muito mais simples. Sua construção é em alumínio T6 com anodização negra. Tem tolerância para receber aros de até 32 mm, espaço de sobra. São leves cada peça tem 134 gramas e utilizam sapatas Koolstop Salmão – ideais para condições climáticas extremas, o que quer dizer que funcionam muito bem na chuva. Os freios TriRig X Omega para as bicicleta de triatlo ou contra-relógio parecem ser a solução mais eficiente quando se trata de qualidade de frenagem, seus resultados na estrada são superiores aos dos freios integrados que equipam muitas bicicleta de design aerodinâmico. Além disso o projeto foi pensado em garantir um com encaixe nos garfos das bicicletas de crono, com perfil compacto. No pelotão profissional, apenas a Cofidis usou esse sistema na temporada 2014.
Nos Estados Unidos o preço do conjunto básico é de USD 184,99 some as taxas de importação, a burocracia o necessário lucros dos comerciantes locais e uma taxa de câmbio na casa dos R$ 3,90 e chegaremos a quase 2 mil reais.
Simples montagem do Omega X da TriRig
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