VOLTA DE GUARULHOS – CHAMORRO INDOMÁVEL

Em três dias de ciclismo, três pódios de  Francisco Chamorro. Na segunda ele venceu a clássica 9 de Julho, na terça foi terceiro na primeira etapa da Volta de Guarulhos e nesta quarta-feira (11/07) ele venceu a marcante segunda etapa, disputada em  120 km entre São Vicente, na Baixada Santista, s e Guarulhos. Nesta segunda etapa que subiu a Serra do Mar pela Rodovia dos Imigrantes,  tivemos uma troca de lideres, ao final da prova acamisa amarela ficou com Rafael Pattero que também acumula a liderança da categoria Sub23

 

Francisco Chamorro, em três dias visitou o pódio três vezes – foto: George Panara/Mundo Bici

Uma etapa que além do alto valor desportivo, também serve como um resgate do histórico do ciclismo, com a disputa de uma prova de ciclismo utilizando as pistas da Rodovia dos Imigrantes, totalmente fechada para a disputa.  A última vez que o ciclismo de competição utilizou esta importante rodovia que liga a capital paulista à baixada santista aconteceu em 1987,  quando da disputa da primeira etapa da Volta do Brasil, com o pelotão saindo dos primeiros quilômetros da rodovia em direção ao litoral norte paulista. Porém,  se formos levar em conta a subida da serra,  a última vez que houve uma competição subindo em direção ao planalto paulista foi em 1979. Passadas quase quatro décadas, mais uma vez o pelotão da elite encarou o desafio e saindo da Praia da Biquinha em direção a Guarulhos, cruzando a tradicional ponte pênsil  construída em 1914 para depois encarar 17 km  da subida da Imigrantes,  e depois um trecho do Rodoanel  Mário Covas até  a Rodovia Ayrton Senna e chegar em Guarulhos.

Felipe Paixão-22 e Edson Ponciano-23 protegem o camisa amarela Alessandro Guimarães, o Indinho-22, na subida da Rodovia dos Imigrantes – foto: George Panara/Mundo Bici

A segunda etapa começou de forma nervosa, com muita gente buscando atacar desde a entrada na Imigrantes, quando começou a subida vários ataques tentaram romper com o pelotão, porém a Rio de Janeiro Cycling Team colocou todos seus homens para trabalhar na proteção da camisa amarela de Alessandro Guimarães, o Indinho. E se a equipe carioca protegia, a Funvic procurava desgastar com ações de Magno Prado, Flavio Cardoso e o Sub23,  Luis Guilherme Morosini que foi o ciclista que mais se destacou na equipe de São José dos campos ao vencer o primeiro prêmio de montanha o que lhe garantiu 10 pontos e ao final da etapa a obtenção da camisa de líder de montanha.

Já no Rodoanel quando os ciclistas haviam superado mais da metade da competição , Rafael Safadi/São Bernardo-Penks e Braulio Delai/SMELJ Curitiba,  atacaram e conseguiram abrir uma fuga  que rodou por vários quilômetros sozinha à frente do pelotão, a dupla chegou a colocar uma vantagem que superou os 40 segundos, porém  atrás o pelotão pedalava com maior intensidade e quando faltavam 20 km a corrida estava sendo controlada pela Funvic que mudava seus planos para jogar suas cartas no sprint com Francisco Chamorro  e pela equipe do Rio que procurava manter a camisa de líder.

Luiz Morosini é o novo líder da classificação de Montanha – foto: George Panara/Mundo Bici

Na entrada da cidade de Guarulhos, quando faltavam  pouco menos de 4 quilômetros um grupo formado por uns 8 ciclistas se destacou, nele estava o camisa amarela Alessandro Guimarães, porém no acesso à avenida Paulo Faccini, a pouco mais de 2 km da meta,      quando já rodavam a mais de 60 km/h  o grupo se atrapalhou e acabou sendo engolido pelo grupo que vinha aumentando o ritmo das pedaladas para disputar o sprint.

Quando faltavam pouco mais de 300 metros para a chegada, Chamorro tomou a frente do grupo e imprimiu seu ritmo para vencer a etapa, seguido por Joel Cândido Prado Júnior e Endrigo da Rosa Pereira.

Chamorro conquistou a sua segunda vitória na semana, . “Foi uma etapa dura, complicada e linda, com a equipe do Rio de Janeiro controlando bem na serra. O grupo se dividiu em três, mas conseguimos reunir o pelotão e programar para chegar no sprint. Quando vi que estava em condições de brigar pela vitória fui para cima e deu certo. Por isso o ciclismo é dinâmico e tudo pode acontecer”. Sobre a próxima etapa, ele não se mostra muito confiante devido ao percurso que não é favorável aos velocistas, porém, o ciclista de 36 anos que pedala há 22 anos  não perde o ânimo ao comentar “Amanha acho que não vai dar, mas estamos aí, vamos ver o que acontece, amanhã poder ser que saia uma fuga, tudo pode acontecer, é uma corrida de bicicletas, às vezes você sai com uma estratégia, às vezes tem que mudar a estratégia e aparece um resultado que você não espera”.

O pelotão cruza a Ponte Pênsil de São Vicente, construída em 1904 – foto: George Panara/Mundo Bici

O segundo colocado, Joel Prado Junior, mostrou-se feliz pela segunda posição, afinal seu último pódio foi na Vuelta de Mendoza, no inicio do ano. “Depois da Argentina não havia conquistado mais nada, havia ficado um pouco desanimado, ontem quebrei a bicicleta e hoje consegui passar a serra, passei um pouco cortado, mas logo consegui voltar ao pelotão. E nos 20 km finais fizemos um ritmo muito forte, mas na chegada não deu para bater o Chamorro’.

O erro do grupo no acesso à avenida da chegada,  custou a camisa amarela a  Alessandro Guimarães, que caiu para a terceira posição na classificação geral, a 19s do líder, porém este ainda tem a possibilidade de reconquistá-la nas próximas etapas aonde teremos uma altimetria mais exigente, terreno aonde Indinho tem boas condições para fazer a diferença.

Chegando no pelotão, com o mesmo tempo do vencedor, o jovem Rafael Pattero além de manter a camisa de líder da classificação sub23, assumiu a camisa amarela com uma vantagem de 14 segundos sobre Francisco Chamorro, o segundo colocado, e de 19 segundos sobre Alessandro Guimarães.  Pattero mostrou-se muito consciente e tentará manter o quanto possível a amarela, porém como ele explicou “O mais importante para a equipe é defender a camisa branca (líder da sub23), amanhã ainda acredito que podemos tentar defender a amarela, mas o principal é manter a branca, sabemos que os próximos dias não são fáceis, esse tipo de terreno não é para mim, mas conto com os companheiros de equipe que sempre estão ao meu lado.

Na próxima quinta-feria (12/07) o pelotão encara a 3ª etapa, em uma chegada inédita com o pelotão saindo de Guarulhos, passando por Santa Isabel, Igaratá e chegando em Atibaia após 131 km em um percurso duro e exigente.

Rafael Pattero, camisa amarela; Francisco Chamorro, camisa verde e Luis Guilherme Morosini, camisa de bolinhas vermelhas – foto: George Panara

VOLTA DE GUARULHOS

3ª Etapa – 120 km-  São Vicente praia da Biquinha>Guarulhos-Bosque Maia

1- Francisco Chamorro/Funvic-S.José dos Campos – 3h12m16s –  37,45 km/h

2- Joel Prado Junior/Memorial-Santos-Fupes – m.t.

3- Endrigo da Rosa/Indaiatuba – m.t.

4- Patrique Azevedo/Equipe de Ciclismo de Taubaté –m.t.

5- Cristian Egidio da Rosa/São Francisco Saúde-Klabin-Ribeirão Preto – m.t.

6- Fabio Dalamaria/SMELJ Curitiba – Melhor sub23 da  Etapa – m.t.

Camisa Amarela – Classificação Geral – Rafael Pattero/Indaiatuba

Camisa Branca – Classificação de melhor jovem Sub23 –  Rafael Pattero/Indaiatuba

Camisa Verde – Classificação por pontos – Francisco Chamorro/Funvic-S.José dos Campos

Camisa Branca com bolas vermelhas – Classificação de montanha –  Luis Guilherme Morosini/Funvic-S.José dos Campos

Classificação Geral por Equipes – Secretaria de Esportes de Indaiatuba – 21h52’21

 

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