LIMA 2019 – TRIO DA VELOCIDADE CONQUISTA O BRONZE PAN-AMERICANO

No primeiro dia das provas de pista no Pan de Lima 2019, o trio da velocidade por equipes repete o pódio do Pan de Toronto e conquista a medalha de bronze. O ouro ficou com a surpreendente equipe de Trinidad e Tobago, no feminino as mexicanas desbancaram as canadenses e ainda estabeleceram o novo recorde continental para os 500m

Flavio Cipriano, João Vitor e Kacio Freitas conquistaram o bronze no Pan de Lima 2019 – foto: CBC-Divulgação

Para receber os Jogos Pan Americanos, a cidade de Lima reformou a sua pista de madeira africana, de 250 m e curvas com 42° graus  de inclinação °. A instalação passou por uma grande adaptação recebendo arquibancadas que podem receber 2.300 espectadores, vestiários, área comum para os ciclistas, juízes e para os jornalistas credenciados, além de sala de controle de dopagem. Porém a obra principal foi a cobertura da pista, sem desmontar ou destruir uma estrutura já existente e com apenas 3 anos para preparar o evento, os organizadores conseguiram entregar um belo recinto de competições.

As primeiras provas a serem disputadas no Velódromo da Villa Deportiva Nacional de Lima foram as da velocidades por equipes, omnium masculina e as tomadas de tempo.

Trinidad e Tobago e seu forte trio de velocistas conquistou a medalha de ouro – foto: Claudio Cruz/Lima 2019

Na fase classificatória da velocidade por equipes o regulamento é bem claro, os 2 melhores tempos avançam pela disputa do ouro e prato, e o 3º e 4º tempos duelam pelo ouro. Os trinitários que tradicionalmente formaram bons pistard’s e 4 anos após ganharem uma nova pista, pouco a pouco começam mostrar grande evolução e registram o melhor tempo. Os colombianos ficaram em segundo e o trio brasileiro formado por Flavio Cipriano, João Vitor e Kacio Freitas registrou o terceiro tempo.

Entre os grandes ausentes na competição está o trio canadense que não conseguiu se classificar para defender o outro e os venezuelanos que com a equipe formada pelo experiente Hersony Canelon, Angel Pulgar , Cesar Marcano e Clever Martinez não se apresentou para as tomadas de tempo, apesar de ter seus ciclistas inscritos e instalados na Vila Olímpica. Segundo Eliézer Rojas, dirigente da federação venezuelana a equipe estava desfalcada do velocista Gabriel Quintero, que disputou os jogos centro-americanos, assim resolveram inscrever o passista Cléver Martinez, porém no último momento optaram por não disputar a competição pois não seria produtivo correr com uma equipe descaracterizada.

Seleção brasileira momentos antes da largada – Foto: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br

Na final, a equipe de Trinidad e Tobago, formada por Nicholas Paul, Keron Bramble e Njisame Phillip foi mais veloz que os colombianos, que fizeram a primeira volta mais rápida, mas depois foram superados. O velocista Nicholas Paul destacou o trabalho de longo prazo para construção desse importante resultado e que coloca a ilha do caribe mais uma vez em destaque no cenário do ciclismo de pista. “Nosso despenho vem melhorando ao longo do tempo. É um longo processo, mas estamos contentes de ver nosso progresso e do que somos capazes. Estamos muito contentes com o o resultado final”.

Os colombianos que não subiram ao pódio em Toronto2015 ficaram com a prata, porém o velocista Santiago Ramírez não estava muito confortável e deixou isso claro ao declarar: “Não vi o resultado de cada um. Aqui não se trata de culpar um outro, somos uma equipe e os três temos que aceitar as vitórias e as derrotas. Eu trabalho só para o ouro. Não gosto da prata e nem do bronze. Ainda temos mais algumas corridas para buscar o ouro”.

As mexicanas e seu técnico comemoram o ouro foto: Gabriel Heusi/Lima 2019

Pouco depois o colombiano destacou o confronto com os trinitários: “Enfrentamos uma equipe forte. Sabíamos que era um adversário forte por que nos  enfrentamos em pan-americanos (NDR.: em 2017 no pan de ciclismo em Trinida e Tobago). Ás vezes eles ganham, outras vezes somos nós. Hoje é o momento de aceitar mais uma derrota e continuar trabalhando para ser os melhores”, sentenciou o velocista.

Na disputa pelo bronze, o trio brasileiro, que da edição de 2015 trocou Hugo Ostetti que se retirou do ciclismo em 2017 por João Vitor, enfrentou os mexicanos Manuel Resendez, Juan Carlos Ruiz, Edgard Verdugo, a mesma formação que no pan de ciclismo terminou na 6ª colocação.

A prova foi marcada pela tensão. Primeiro com os mexicanos queimando a largada. Depois foi a vez dos brasileiros, com Flavio Cipriano errando o tempo da largada e com isso caindo na pista.  Na terceira tentativa, mais um erro dos mexicanos: Manuel Rezendes erra a largada e para piorar a situação o pé do ciclista desenganchou do pedal, impossibilitando de prosseguir. O mexicano cometeu um grave erro ao não largar utilizando fivelas para garantir maior firmeza e evitar que os pés escapem os pedais em arrancadas mais violetas.  Do lado brasileiro, Flavio largou com força, mas rapidamente se deu conta que a vitória estava garantia e comemorou com seus companheiros.

Omnium – Eliminação – foto: Claudio Cruz / Lima 2019

Já com o bronze no peito, Flavio comentou: “Foi um resultado bom. A gente estava treinando no Rio desde junho, e conseguimos manter o feito de trazer uma medalha desde o último Pan”, e ainda destacou declarou Flavio Cipriano, depois do pódio. “.

O técnico a seleção brasileira, Emerson Silva destacou positivamente a preparação feita no velódromo do Rio de Janeiro: “Acho importante o legado que tivemos, trabalhamos no Rio, e temos um apoio fantástico do Comitê Olímpico, que está sempre ali do nosso lado. Então, unimos força, e isso mostra que em pouco tempo temos condição de estar brigando pelas medalhas. Treinamos bastante e chegamos focados pensando em disputar o ouro. Acabamos ficando fora por poucos centésimos, mas na disputa pelo bronze, entramos com um tempo muito bom, quase 1 segundo a frente dos mexicanos. Estávamos muito confiantes. Infelizmente eles erraram duas largadas e foram desclassificados. Estamos felizes com o resultado”.

Felipe Peñaloza e Daniel Holloway disputam sprint na prova da Eliminação – foto: Claudio Cruz / Lima 2019

Na disputa feminina, as mexicanas que na fase classificatória haviam registrado o melhor tempo, enfrentaram as canadenses, e na final Jessica Salazar e Daniela Gaxiola além de vencerem a prova estabeleceram o novo recorde pan americano com 33s424 – a marca anterior de 33s584 foi estabelecida em Toronto 2015 pelas canadenses. Na disputa pelo bronze, a dupla experiente dupla colombiana formada por Martha Bayona  e Juliana Gaviria superou as argentinas  Natalia Vera e Mariana Diaz.

As disputas as 4 provas que formam a omnium – scratch, tempo race, eliminação e prova por pontos – ficaram centralizadas entre o mexicano Ignácio Prado (prata em Toronto 2015), o estadunidense Daniel Holloway (vencedor da omnium na etapa da Copa do Mundo disputada no Chile em 2017) e pelo chileno Felipe Peñaloza.

Daniel Holloway, Ignacio Prado e Angel Pulgar – foto: Gabriel Heusi / Lima 2019 Lima 2019

O chileno Peñaloza está envolvido em um imbróglio com seu companheiro na prova e Madison, Antonio Cabrera, ainda durante a fase de preparação, quando no dia 24 de junho ao desembarcar no aeroporto de Medellin, na última fase de sua preparação para o Pan foram apanhados com clonazepam, vitaminas, testosterona e seringas com um liquido não identificado. A divulgação da notícia  repercutiu em sua preparação, ficou depressivo e por pouco deixou e disputar os Jogos Pan Americanos.

Na primeira prova da Omnium, o scratch, o mexicano Prado levou a melhor; na tempo race foi a vez e Holloway superar seus adversários e na eliminação o chileno Peñaloza levou a melhor. Assim os 3 chegaram embolados para a prova por pontos onde o estadunidense fez a diferença partindo para o ataque, vencendo 4 sprints e ainda, como o mexicano Prado, colocando 2 voltas sobre o grupo e assim somando 40 pontos. Para confirmar a medalha de ouro Holloway ainda venceu o sprint final,

Seleção da Colômbia, Triniad e Tobago e os brasileiros Flávio Cipriano, João Vitor da Silva e Kacio Freitas. – foto: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br

JOGOS PAN AMERICANOS

Velódromo Villa Deportiva Nacional – San Luis

Velocidade por Equipes Feminina

500 m – 2 voltas

1- México – Jessica Salazar, Daniela Gaxiola – 33s424 – vel. média 53.853 km/h – Recorde Pan Americano

2- Canadá – Kelsey Mithcell, Amelia Walsh – 34s096

3- Colombia – Martha Bayona, Juliana Gaviria – 34s313

4- Argentina – Natalia Vera, Mariana Diaz – 35s983

Velocidade por Equipes Masculina

750 m – 3 voltas

1- Trinidad e Tobago – Nicholas Paul, Keron Bramble, Njisane Phillip – 43s972 – vel. média 61.402 km/h

2- Colômbia – Rubén Murillo, Kevin Quintero, Santiago Ramírez

3- Brasil – Flavio Cipriano, João Vitor, Kacio Freitas

4- México – Manuel Resendez, Juan Carlos Ruiz, Edgard Verdugo

Omnium masculina

4 provas

Sratch – 40 voltas – 10 Km

1- Ignácio Prado/México; 2- Felipe Peñaloza/Chile; 3- Daniel Holloway /Estados Unidos

Tempo Race – 40 voltas – 10 km – 36 sprints

1- Daniel Holloway/Estados Unidos; 2- Felipe Peñaloza/Chile; 3- Juan Arango/Colômbia

Eliminação

1- Felipe Peñaloza/Chile; 2- Daniel Holloway – Estados Unidos; 3- Ignácio Prado/México

Prova por Pontos

1- Daniel Holloway/ Estados Unidos – 67; 2-  Ignácio Prado/México – 60; 3-  Felipe Peñaloza/Chile – 50

OMNIUM Final após 4 eventos

1- Daniel Holloway/ Estados Unidos – 181 pontos

2- Ignácio Prado/México – 168 pontos

3-  Felipe Peñaloza/Chile – 166 pontos

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